Um novo estudo revela que a esquizofrenia não é uma doença genética única, mas sim uma série de doenças com sintomas variáveis. A descoberta aumenta a esperança de tratamentos personalizados.
A esquizofrenia é conhecida por ser hereditária, o que implica origens genéticas. Porém, não foi nunca detectada qualquer mutação única que causasse o aparecimento dos sintomas.
Este novo estudo, publicado no The American Journal of Psychiatry por investigadores da Universidade de Washington, em St. Louis, revela que tal se deve ao facto de diferentes grupos de mutações que trabalham juntos
causarem uma miríade de distúrbios, que até então eram interpretados como uma única doença.
Os cientistas examinaram o DNA de 4.200 pacientes com esquizofrenia e de 3.800 pessoas saudáveis, como grupo de controlo, em busca de lugares no genoma onde um único nucleótido tivesse alguma mutação relacionada com os sintomas.
Os investigadores descobriram que nenhuma das mutações tem capacidade de produzir, por conta própria, um risco significativo.
No entanto, diferentes combinações de mutações podem levar ao desenvolvimento de esquizofrenia com diferentes sintomas.
Até agora, foram encontrados oito diferentes marcadores. Porém, a equipa espera encontrar mais alguns.
“Isto é melhor do que dizer que alguém tem ou não tem a doença”, afirmou Igor Zwir, autor do estudo, à publicação Popular Science.
Estes resultados podem ter grandes implicações para os doentes mentais crónicos, que representam cerca de 1 por cento da população. Os portadores da doença sofrem de uma enorme variedade de sintomas, desde os delírios e alucinações ao discurso desorganizado e à apatia.
O próximo passo, de acordo com a equipa de cientistas, é desenvolver um método barato para testar estes grupos específicos de mutações que produzem os sintomas ligados à esquizofrenia.
Assim, no futuro, poderão surgir formas mais rápidas e eficientes de tratamento.
CG, ZAP
Acho bom que existam muitos estudos que procuram solução para uma doença que afeta 1% da população mundial. A solução não deve ser apenas baseada em farmacologia.