A Rainha Isabel II e toda a Família Real Britânica apoiam o movimento “Black Lives Matter”. A garantia é dada por Ken Olisa, o primeiro sargento afro-descendente condecorado com a Ordem do Império Britânico de Londres.
De acordo com o funcionário da Casa Real, o racismo é um tema constante entre os membros da família, que revela, inclusive, que já teve conversas sobre as manifestações sobre o “Black Lives Matter” com diversos elementos, que mostram sempre uma posição de apoio ao tema.
O representante da monarca esclareceu ainda que após a morte de George Floyd, em maio de 2020, nos Estados Unidos, foram recorrentes no palácio das discussões sobre racismo, o que preocupou a Família Real.
“A questão é o que podemos fazer mais para ajudar a sociedade a quebrar estas barreiras. Eles preocupam-se apaixonadamente em unir cada vez mais a nação em torno dos mesmos valores”, referiu Olisa, citado pela CNN, que ao ser questionado se a Casa Real apoia o movimento Black Lives Matter respondeu: “sim, sem dúvida”.
A atitude da monarquia britânica em relação a questões raciais tem estado a ser observada de perto depois da entrevista que os Duques de Sussex deram no início deste ano.
Meghan Markle, que é afro-americana, admitiu que foi vítima de racismo por parte de um elemento da monarquia quando informou que estava grávida do seu primeiro filho. Segundo a esposa de Harry, foram levantadas questões sobre a cor de pele da criança que ainda estaria para nascer.
Após este episódio, a Família Real foi duramente criticada e surgiram até várias apostas para tentar adivinhar qual dos membros da monarquia teria proferidos tais afirmações.
Mais tarde, em junho deste ano, uma investigação do jornal britânico The Guardian revelou documentos que mostram que o Palácio de Buckingham proibiu “imigrantes de cor ou estrangeiros” de servir em funções clericais na casa real até ao final dos anos 1960.
A história colonial britânica está intrinsecamente ligada à família real que explorou países e povos durante anos. O racismo sistémico radica na prática da escravatura aquando da construção e manutenção da Commonwealth, o império britânico, por isso, estes novos detalhes não foram uma grande novidade para os britânicos, mas ainda assim não caíram bem aos olhos da opinião pública.
No meio de tanta controvérsia em torno deste tema, a monarquia também se tem destacado de forma positiva na luta contra o racismo.
Em julho deste ano, altura em que o Reino Unido recebeu vários jogos do Euro2020, foi notório que o país ainda é alvo de ataques racistas, sobretudo por parte dos fãs de futebol. Na altura, o príncipe William veio a público dizer que se tinha sentido “doente” com os insultos racistas que os jogadores ingleses receberam nas redes sociais após perderem a final de futebol.
O neto da Rainha de Inglaterra também desprezou este tipo de comportamentos após a entrevista dos Sussex a Oprah Winfrey, declarando que a monarquia “não é uma família racista”.
A seleção inglesa perdeu a final devido a racismo. O selecionador escolheu três miúdos que nunca tinham marcado um penálti em jogos oficiais por causa da cor da pele, deixando de fora jogadores mais experientes (brancos). Ora discriminação com base na cor da pele é a definição de racismo. Selecionador foi racista, e perdeu o jogo, pois misturou futebol com política e activismo. Final feliz.