Começou esta quarta-feira, seis anos depois, no Palácio de Justiça de Paris, o julgamento dos atentados que vitimaram 130 pessoas, em novembro de 2015, na capital francesa.
Esta quarta-feira, começou a ser julgado Salah Abdeslam, o único terrorista dos atentados de Paris que sobreviveu. “Não há Deus além de Alá e Maomé é o seu mensageiro”. Foram estas as suas primeiras palavras.
Questionado pelo tribunal, avança a rádio TSF, o belga, de origem marroquina, disse ter desistido de todas as profissões para se tornar um “combatente do Estado Islâmico”. Entretanto, a primeira sessão do julgamento foi suspensa porque um dos arguidos se sentiu indisposto.
De acordo com a rádio, em causa estão 20 arguidos suspeitos de envolvimento nestes atentados, sendo que 12 enfrentam a prisão perpétua. No Palácio de Justiça estarão presentes apenas 14, uma vez que os outros seis estão desaparecidos e serão julgados à revelia.
O processo vai durar pelo menos oito meses, devendo o veredicto ser conhecido apenas em maio de 2022. Trata-se do maior julgamento da história moderna deste país. Segundo o semanário Expresso, o processo conta com um milhão de páginas de investigação e provas, que foram distribuídas em 542 volumes.
Além do grande e visível reforço de segurança neste Palácio de Justiça, com dezenas de carrinhas da polícia e ruas cortadas, destacam-se as milhares de pessoas envolvidas, entre testemunhas, advogados, juízes, jornalistas e familiares das vítimas mortais.
As suas instalações tiveram mesmo de ser remodeladas para conseguir acolher, como se espera, cerca de três mil pessoas por dia, escreve o Observador, que acrescenta que teve de ser construída uma nova sala de audiência.
Os primeiros dias da audiência vão servir apenas para enumerar as vítimas, cerca de 1800 pessoas. Os primeiros testemunhos serão a partir de dia 13 de setembro e as vítimas começam a ser ouvidas no dia 28 do mesmo mês.
Durante cinco semanas, as pessoas tocadas diretamente por estes atentados vão contar o terror vivido no Stade de France, na sala de espetáculos Bataclan e nos cafés do 11.º bairro parisiense.
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