Ana Catarina Mendes aponta quem teve medo de partilhar resposta à crise

(dr) PSocialista / Flickr

Ana Catarina Mendes

A líder parlamentar do PS apontou o dedo, este sábado, a quem teve medo de partilhar com o Governo socialista a resposta à crise provocada pela covid-19, num discurso em que evocou o antigo Presidente da República Jorge Sampaio.

Perante o 23.º Congresso Nacional do PS, Ana Catarina Mendes deixou um apelo à mobilização de todos os socialistas para as eleições autárquicas de 26 de setembro, mostrando-se convicta que o seu partido “terá a maior vitória de sempre”.

Mas a presidente da bancada socialista destacou sobretudo as consequências provocadas pela pandemia da covid-19, dizendo que “esta é mesmo a legislatura mais exigente” face à dimensão da crise sanitária, económica e social.

Fomos capazes de responder porque na anterior legislatura conseguimos fortalecer o Estado Social, o que permitiu a manutenção de três milhões de empregos e as empresas terem mais de sete mil milhões de euros em apoios diretos”, disse.

Depois, deixou uma farpa indireta ao Bloco de Esquerda, partido que chumbou a proposta do Governo do Orçamento do Estado para 2021.

“Houve quem tivesse medo de partilhar connosco o risco da gestão desta crise, mas os socialistas não viraram as costas à resposta que era necessário dar. Em 2019, os portugueses pediram que o PS liderasse, mas que mantivesse o apoio na esquerda parlamentar”, declarou, numa intervenção em que atacou “a direita e as políticas de austeridade”.

Ana Catarina Mendes referiu-se também aos resultados que o PS obteve após o Congresso da Batalha, em 2018, altura em que desempenhava as funções de secretária-geral adjunta: “Vitória nas eleições europeias, o melhor resultado de sempre nas regionais da Madeira e reforço da maioria nas eleições legislativas”, referiu.

Na sua intervenção, a presidente do Grupo Parlamentar do PS começou por dizer que aderiu ao PS na noite eleitoral em que o PSD renovou a sua maioria absoluta em outubro de 1991 e em que Jorge Sampaio, então líder dos socialistas, assumiu “sozinho e com enorme dignidade” a responsabilidade por essa derrota diante Cavaco Silva.

“Mandamos daqui um enorme abraço a Jorge Sampaio por todo o trabalho que tem feito ao longo da sua vida, não apenas no PS, em Portugal, mas no plano internacional. Quando vemos as imagens sobre os horrores do que se passa em Cabul, salientamos a importância da sua ação como presidente da Plataforma para o Diálogo entre Civilizações, tendo em vista a erradicação da xenofobia e o aprofundamento da democracia”, afirmou.

O XXIII Congresso do PS está a decorrer este fim-de-semana, nos dias 28 e 29 de agosto, na Portimão Arena, no Algarve.

// Lusa

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