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Lisboa “não está condenada” à alternância entre PS e PSD/CDS. Propostas da CDU incluem aeroporto em Alcochete

Tiago Petinga / Lusa

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do PCP considerou, esta segunda-feira, que Lisboa “não está condenada à alternância” entre os executivos do PS ou da coligação entre PSD e CDS, acrescentando que a perda de habitantes na última década é “socialmente repulsiva”.

Lisboa não está condenada à alternância PS (com ou sem o BE) ou PSD/CDS. A CDU é a força capaz de marcar a diferença na governação da cidade”, sublinhou Jerónimo de Sousa durante a apresentação do programa às eleições autárquicas da Coligação Democrática Unitária para o município da capital, na Praça Luís de Camões.

Ladeado pelo candidato da CDU à presencia da Câmara de Lisboa, João Ferreira, o secretário-geral comunista sustentou que, “no total das listas apresentadas às 24 freguesias, 50% dos candidatos são homens e 50% são mulheres”, acrescentando que, “das 26 listas apresentadas, 11 são encabeçadas por mulheres” e o ‘número dois’ ao município é uma mulher.

A cidade perdeu quase 8.000 habitantes durante a última década e Jerónimo ‘apontou o dedo’ ao executivo do socialista Fernando Medina: “As dinâmicas que a cidade vem verificando confirmam a natureza socialmente repulsiva do modelo de desenvolvimento económico, social e urbano que a gestão do PS tem vindo a prosseguir”.

De acordo com o Censos de 2021, Lisboa tem 544.581 habitantes, menos 7.849 do que em 2011, ou seja, uma variação de -1,4%.

O membro do Comité Central considerou que a CDU exerceu uma oposição “crítica, atenta, exigente e construtiva” na Câmara de Lisboa durante os últimos quatro anos.

Para o próximo mandato autárquico, a coligação apresentou-se, na opinião do secretário-geral, com um projeto assente na “gestão democrática”, distinta “pela proximidade e participação, pelo respeito pelo funcionamento colegial e legalidade dos seus atos, escrutinável pela prestação de conta que promove e pelo respeito com os compromissos”.

Durante o discurso, Jerónimo de Sousa referiu duas vezes que a CDU vai “assumir todas as responsabilidades”, na eventualidade de ser a vencedora das eleições agendadas para 26 de setembro.

O combate à precariedade e aos flagelos, nomeadamente habitacionais, provocados pelo turismo também são ‘bandeiras’ da candidatura da CDU à autarquia da capital, expôs o dirigente do partido.

Já João Ferreira, candidato da CDU a Lisboa, defendeu mais casas de arrendamento acessível, apoios às cooperativas de habitação e um programa municipal para fomentar a qualidade do parque habitacional na cidade.

Segundo o Expresso, a CDU propõe ainda a revisão do Plano Diretor Municipal para acabar com as “negociatas que o atual tem permitido” e para permitir “outro modelo de desenvolvimento e ordenamento urbano, com dimensão social e ambiental”, disse o comunista.

Um “programa municipal de fomento da qualidade do parque habitacional vocacionado para os bairros municipais” é também um dos objetivo do partido, além da mobilidade na cidade e os transportes públicos, que a candidatura quer “tendencialmente gratuitos“.

Na apresentação da candidatura, João Ferreira destacou a elaboração de uma Carta Municipal de Turismo” para um “ordenamento turístico mais sustentável” e a “substituição e desativação, faseada mas definitiva”, do aeroporto de Lisboa e a construção de um novo em Alcochete.

Está também em vista a área da cultura, a criação de uma rede de cuidados continuados e de uma rede pública de lares e centros de saúde, o aumento da oferta de creches, jardins de infância ou mais apoios aos sem-abrigo, refugiados, imigrantes ou vítimas de violência e dependências.

Nas eleições autárquicas de 26 de setembro concorrem à Câmara de Lisboa Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa) e Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!)

A autarquia é atualmente composta por oito eleitos pelo PS (incluindo dos Cidadãos por Lisboa e do Lisboa é Muita Gente), um do BE (que tem um acordo de governação do concelho com os socialistas), quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois da CDU.

ZAP // Lusa

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