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“Temos o controlo do aeroporto.” Biden empenhado numa das mais “difíceis” evacuações da História

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gageskidmore / Flickr

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

Joe Biden esteve reunido com a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, com o secretário de Estado Antony Blinken e com outros membros de topo da Administração para debater a atual crise no Afeganistão.

O Presidente Joe Biden iniciou a sua declaração ao país, esta sexta-feira, falando dos esforços dos Estados Unidos para retirar cidadãos norte-americanos e de países terceiros do Afeganistão, assim como afegãos que trabalharam com as forças ocidentais e em situação de vulnerabilidade.

“É uma das maiores e mais difíceis evacuações aéreas da história”, admitiu, para logo depois dizer que os EUA estão a ajudar a retirar do Afeganistão cidadãos norte-americanos, afegãos que se candidataram a vistos no país e afegãos que trabalharam lado a lado com os militares americanos.

Neste leque estão incluídos combatentes, tradutores e intérpretes e mulheres que ocupavam lugares de liderança. Além disso, em cooperação com o The New York Times, The Washington Post e The Wall Street Journal foi possível retirar 204 jornalistas americanos e afegãos.

“Fizemos progressos significativos. Temos o controlo do aeroporto, o que permitiu retomar os voos. Não apenas voos militares, mas também voos civis, de outros países e de ONGs que estão a retirar civis afegãos vulneráveis”, anunciou, acrescentando que estão quase seis mil soldados no local a “garantir a segurança no aeroporto”-

“Vamos fazer tudo o que conseguirmos para garantir uma saída segura aos nossos parceiros e aliados afegãos, bem como aos afegãos que possam ser um alvo devido às suas ligações aos EUA”, prometeu Biden, num discurso a partir da Casa Branca.

“Qualquer americano que queira vir para casa, nós vamos trazê-lo para casa”, assegurou, antes de acrescentar que não pode “prometer qual vai ser o resultado final“.

O Estados Unidos estão em constante contacto com os talibãs, por forma a garantir uma “passagem segura para o aeroporto”. Biden afirmou que “deixámos claro que qualquer ataque contra as nossas forças, ou perturbação das nossas operações no aeroporto, vão ter uma resposta rápida e poderosa”.

Na parte final da declaração à nação, o Presidente norte-americano anunciou ter conversado com Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, Angela Merkel, chanceler alemã, e Emmanuel Macron, Presidente de França. Todos eles concordaram em convocar uma reunião extraordinária do G7 para a próxima semana.

O objetivo é “coordenar em conjunto uma abordagem mútua ao Afeganistão no futuro”.

Biden tem sido alvo de críticas, não só de alguns congressistas, que dizem que os Estados Unidos falharam em fazer planos adequados para uma rápida tomada do poder pelos talibãs, como também de diplomatas norte-americanos.

Em julho, mais de 20 diplomatas da embaixada de Cabul comunicaram as suas preocupações de que a retirada dos afegãos que tinham trabalhado para os Estados Unidos não estava a decorrer com rapidez suficiente.

Num telegrama enviado através do canal de divergência do Departamento de Estado, os diplomatas disseram que a situação no terreno era difícil, que os talibãs iriam tomar a capital meses após a retirada de 31 de agosto e instaram a Administração Biden a iniciar imediatamente um esforço concertado de evacuação. Isto, de acordo com responsáveis com conhecimento do documento, citados pela AP a coberto do anonimato.

Biden tem dito que o caos que se seguiu como parte da retirada era inevitável, ao chegar-se ao fim de uma guerra de quase 20 anos, e já afirmou estar a seguir os conselhos do Presidente afegão apoiado pelos EUA, Ashraf Ghani, ao não aumentar mais cedo os esforços para transportar para fora do país tradutores e outros afegãos em perigo por terem trabalhado com os norte-americanos.

O Presidente disse também que muitos aliados afegãos em risco não tinham querido abandonar o seu país, mas grupos de refugiados apontam para anos de listas com registos de pedidos feitos por milhares de afegãos de vistos que lhes permitissem refugiar-se nos Estados Unidos.

O Governo norte-americano tem igualmente retratado os seus planos de contingência como bem-sucedidos, depois de o Governo afegão ter caído muito mais depressa do que o publicamente previsto. No entanto, a Casa Branca recebeu avisos de que a situação estava a deteriorar-se rapidamente antes do esforço de evacuação agora em curso.

Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Francamente! Depois de 20 anos de ocupação saem de uma maneira tão ingénua e cobarde sem terem preparado ao longo de todo esse tempo um exército local a sério para defender o país. Muitas coisas falharam certamente, mas não deixa de transparecer uma grande falta de competência por parte dos americanos que parecem não ter percebido o terreno que pisavam e desiludam-se aqueles que ao assumirem um cargo ou uma guerra que o resto do mundo terão que pensar e agir todos à sua maneira, parece ser aqui o caso que ao fim de todo este tempo bastou um simples safanão para que tudo se desmoronasse e nos apercebermos que nada estava consolidado. Há que saber interpretar melhor as diferenças entre culturas e saber manter distâncias para evitar confusões desta natureza!

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