Uma pequena vila com apenas 1.400 residentes em Cádiz, na vizinha Espanha, espera que uma de suas atividades noturnas seja reconhecida como um “tesouro cultural” pelas Nações Unidas.
À medida que o tempo quente se faz sentir na vila espanhola de Algar durante o verão, puxar uma cadeira e sentar-se “à fresca” à porta de casa para conversar com os vizinhos é uma atividade muito comum. A tradição popular ainda se mantém em algumas aldeias de Espanha, mas que corre o risco de desaparecer.
Segundo a Sputnik News, para evitar que a tradição se perca, a vila quer transformar as suas míticas “conversas à fresca” em Património Imaterial da Humanidade.
“Em Algar, não queremos que se percam os nossos costumes, a nossa tradição, a nossa forma de relacionamento com o próximo, por isso vamos iniciar um procedimento para que ‘Charla al Fresco’ seja declarada Património da Humanidade”, anunciou o município, numa publicação no Facebook.
Para promover esta iniciativa, a autarquia pediu a todos os habitantes de Algar para que saíssem à rua com as suas cadeiras para conversar “como sempre fizeram”. A população aderiu em peso à iniciativa.
Nas redes sociais, os utilizadores dividiram-se: uns consideram que esta prática tem como único objetivo “fomentar a fofoca” e não concordam que deva tornar-se Património Imaterial da Humanidade; outros olham para a tradição como “uma forma de tirar os olhos do telemóvel” e praticar a arte de falar, “que tantas vezes esquecemos na era da internet”.
“Charla al Fresco” pode demorar anos até ser reconhecida formalmente como Património Imaterial da Humanidade, mas a campanha promocional da aldeia resultou. Vários turistas e meios de comunicação estão curiosos e têm visitado a vila espanhola.