Greves aumentaram, mas número está abaixo dos pré-pandémicos

Tiago Petinga / Lusa

Desde que o início do processo de desconfinamento, que começou em março, o número de pré-avisos de greve está a aumentar, tendo sido entregues em junho 91 notificações, quase o dobro do registado há um ano.

Em dezembro, deram entrada 166 avisos prévios, em janeiro deste ano 36, abaixo dos 82 pré-avisos registados no mesmo mês de 2020. Embora esse número esteja abaixo dos níveis pré-pandémicos, a CGTP avisou, citada pelo ECO, que haverá greves o resto do ano.

Em fevereiro o número de pré-avisos foi de 31, subindo para 36 em março, para 43 em abril e para 71 em maio. Dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) revelaram que, em junho, foram registados 91 notificações, confirmando a trajetória ascendente. Face ao período homólogo de 2020, houve um crescimento de quase 94%. Mas é, contudo, um número inferior ao registado no mesmo mês de 2019.

Metade dos pré-avisos de junho foram relativos aos transportes e armazenagem.

“Naturalmente que [a evolução dos pré-avisos de greve] também tem a ver com o retomar de alguma naturalidade”, disse ao jornal Ana Pires, da CGTP, sublinhando que “a questão dos salários tem sido central”. Aos problemas estruturais, disse, juntou-se um “conjunto de aproveitamentos” por parte dos empregadores proporcionados pela pandemia.

Ana Pires acredita que os próximos meses serão marcados por greves. “Os trabalhadores precisam de respostas. Não havendo essas respostas, é natural que haja luta”, frisou.

Taísa Pagno //

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