Milhares de pessoas manifestam-se na Austrália contra o confinamento

Mick Tsikas / EPA

Milhares de australianos manifestaram-se, este sábado, em várias cidades do país contra as restrições impostas pelo Governo para controlar o aumento de casos de covid-19.

Em Sidney, cerca de mil manifestantes protestaram contra o confinamento decretado para combater a pandemia, violando a obrigação de permanecer em casa, que vai estar em vigor até 30 de julho.

A polícia australiana deteve um número indeterminado de pessoas durante os protestos. Os manifestantes tentaram bloquear o trânsito em algumas das estradas mais movimentadas da cidade, havendo registo de alguns confrontos violentos.

Em comunicado, a Polícia do estado de Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney, disse que “reconhece e apoia” o direito de reunião pacífica e de liberdade de expressão, mas precisou que o protesto violou as atuais ordens de saúde pública, afirmando que “a prioridade da polícia é sempre a segurança da comunidade em geral”.

A autoridade sanitária regional detetou 163 novos casos de covid-19, este sábado, o número mais elevado desde que o atual surto foi identificado, em meados do mês passado. Em causa está a variante Delta, inicialmente identificada na Índia e mais contagiosa.

De acordo com a emissora britânica BBC, também já se verificaram protestos, embora mais pequenos, em cidades como Melbourne e Brisbane.

Mais de metade dos 25 milhões de habitantes do país estão sob medidas de contenção. Por exemplo, a população dos estados de Vitória e da Austrália do Sul também está confinada até dia 27.

Além do aparecimento da variante Delta, também não está a ajudar o facto de a Austrália ser uma das nações com uma das taxas de vacinação mais baixas do mundo. Segundo a BBC, atualmente, menos de 14% da população está totalmente vacinada.

Esta sexta-feira, a Nova Zelândia anunciou a suspensão, durante oito semanas, da chamada “bolha aérea” que permitia voos sem restrições com a Austrália.

Jacinda Ardern, primeira-ministra neozelandesa, justificou a medida com a necessidade de evitar “um risco para a saúde dos neozelandeses”, ao lembrar que no país vizinho “há vários surtos, e em diferentes fases de contenção, que obrigaram ao confinamento de três estados”.

De acordo com os dados da universidade norte-americana Johns Hopkins, a Austrália contabiliza mais de 32 mil casos de infeção e 916 mortes desde o início da pandemia.

ZAP // Lusa

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