A Comissão recomenda vacinar apenas os jovens com doenças de risco associadas, a mesma política que foi adoptada no Reino Unido.
A Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 aconselha a Direcção-Geral da Saúde (DGS) a apenas vacinar jovens entre os 12 os 15 anos que sofram de comorbilidades, ou seja, que tenham outras doenças que os coloque num grupo de risco, noticia o Público.
Para chegar a esta conclusão, os 11 especialistas que constituem esta comissão técnica reuniram-se e ouviram também um outro grupo de pediatras sobre o tema. Em cima da mesa estavam as opções de desaconselhar a vacinação dos mais novos, recomendar a vacinação universal ou vacinar apenas os jovens que tenham doenças de risco, tal como foi decidido no Reino Unido.
A decisão de vacinar apenas os jovens de risco foi a posição dominante entre os peritos, especialmente os pediatras, mas a Direcção-Geral da Saúde ainda vai analisar a recomendação. A decisão final só deve ser tomada no final de Julho pelo governo.
No início do mês, Válter Fonseca, coordenador da Comissão, disse em entrevista à agência Lusa que o parecer estava a ser elaborado e seria “conhecido para que o planeamento da vacinação possa ser feito atempadamente” e antes do regresso às aulas. O parecer chegou à DGS ontem.
No início do mês, Marta Temido revelou em entrevista à TVI que, caso as metas do plano sejam cumpridas, os menores de 18 anos devem começar a ser vacinados contra a covid-19 na última semana de Agosto.
“Neste momento, sabemos qual é o nosso contexto. Temos uma vacina que já tem uma indicação clara para os maiores de 16 anos, temos um plano de vacinação que vai até aos 18 anos e continuamos apostados em proteger aqueles que são mais vulneráveis à doença grave e ao internamento”, afirmou a Ministra da Saúde.
A recomendação da Comissão foi pedida quando a Agência Europeia do Medicamento aprovou em Maio a utilização das vacinas da Pfizer em jovens entre os 12 e os 15 anos. Esta vacina continua a ser a única com uma autorização específica para esta faixa etária, no entanto, o regulador europeu explicou que cabe a cada país decidir administrar ou não as vacinas.
A Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 foi criada no final de Novembro do ano passado, quando os ensaios clínicos das vacinas estavam a avançar rapidamente e era necessário começar a delinear uma estratégia nacional de vacinação. O grupo tem uma função consultiva e dá pareces técnicos à DGS.