Um fragmento do chamado “Livro dos Mortos”, que se encontra num museu de uma universidade na Nova Zelândia, encaixou na perfeição com um outro mantido num instituto norte-americano.
De acordo com o Live Science, os dois fragmentos foram reunidos depois de uma imagem digital de um deles ter sido catalogada num banco de dados online pelo Teece Museum of Classical Antiquities, da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia.
Historiadores do Instituto de Pesquisa Getty, em Los Angeles, viram essa imagem e rapidamente perceberam que tinham na sua posse um fragmento que, tal como um puzzle, iria encaixar na perfeição no segmento da Nova Zelândia.
“Há uma pequena falha entre os dois fragmentos, no entanto, tanto a cena representada como o feitiço fazem sentido e o texto acertou em cheio”, disse, em comunicado, Alison Griffith, especialista em arte egípcia e professora associada da universidade neozelandesa.
Nos dois fragmentos pode ver-se não só o sistema de escrita hierática, como também hieróglifos que representam cenas e feitiços do “Livro dos Mortos”, um antigo manuscrito egípcio pensado para guiar os falecidos na vida após a morte.
“É difícil escrever neste material. É preciso uma pena e uma mão firme, esta pessoa fez um trabalho incrível”, considerou Griffith, referindo-se ao fragmento de linho mantido em Canterbury.
Segundo a mesma especialista, o fragmento da Nova Zelândia chegou às mãos de Charles Augustus Murray, que foi cônsul-geral britânico no Egito de 1846 a 1853 e, mais tarde, passou a fazer parte da coleção de Sir Thomas Phillips, um alto funcionário do serviço civil britânico. Foi só em 1972 que foi comprado em nome da sua universidade numa venda organizada pela casa de leilões Sotheby’s.
Agora, como é que os dois fragmentos se separaram, isso é ainda um mistério por resolver.
No início deste ano, arqueólogos egípcios também encontraram, em Sacara, uma cópia do Capítulo 17 do mesmo livro numa zona de túmulos próximos da pirâmide do faraó Teti.