Declarações do ministro dos Assuntos Europeus francês foram feitas no mesmo dia em que Paolo Gentiloni, comissário europeu da Economia, rejeitou “dramatizar” os números de casos de covid-19 em Portugal e apelou aos restantes países que não imponham restrições “que não sejam coordenadas e que não se justifiquem”.
O conselho partiu de Clement Beaune, ministro dos Assuntos Europeus francês, e teve como destinatários os seus compatriotas: Portugal e Espanha são destinos de férias a evitar este verão devido à rápida evolução dos casos de covid-19.
Segundo escreve o Jornal de Negócios, Beaune destacou que a situação epidemiológica nos dois países da Península Ibérica “é particularmente preocupante”, pelo que pediu aos franceses que permaneçam em território nacional durante o período de férias.
Para quem optar por viajar para fora de França ou ainda esteja a considerar a possibilidade, o responsável reforça a mensagem de que Portugal e Espanha são territórios que não devem ser considerados, especialmente a região da Catalunha.
Em entrevista ao canal de televisão France 2, Clement Beaune revelou ainda que nos próximos dias França deverá atualizar as suas diretrizes relacionadas com viagens internacionais.
A declaração do ministro francês aconteceu no mesmo dia em que Bruxelas, pela voz do comissário europeu da Economia, rejeitou “dramatizar” a atual tendência de crescimento dos números respeitantes à pandemia em Portugal.
Em declarações aos jornalistas, Paolo Gentiloni afirmou que a Comissão está “consciente” da situação portuguesa, perspetivando, mesmo assim, um “verão forte” para o turismo nacional.
Segundo as previsões económicas intercalares de verão da Comissão europeia — no caso português, em linha com as previsões anteriores, divulgadas na primavera —, a economia portuguesa deverá crescer 3,9% este ano e 5,1% em 2022.
“Estamos conscientes do aumento do número de infeções que ocorreu nas últimas semanas, mas também estamos conscientes de que isto não está, até agora, a criar consequências graves do ponto de vista do número de mortes, que é muito baixo e não muito diferente de outros países europeus”, disse Gentiloni.
O responsável pediu aos países europeus que evitem “reações exageradas” relativamente ao número de casos em Portugal, nomeadamente através da imposição de restrições “que não sejam coordenadas e que não se justificam”.
Esta semana, a Alemanha retirou Portugal da sua lista de destinos interditos — apesar de classificar o território nacional como uma “zona de preocupação” no que toca à pandemia — depois de a 25 de junho ter anunciado a proibição de viagens devido à ativação do mecanismo travão da União Europeia.
Portugal e Espanha com tendência de crescimento
Portugal registou ontem 3.285 novos casos de covid-19, o valor mais elevado desde 11 de fevereiro, de acordo com o boletim epidemiológico diário da Direção-Geral de Saúde. O mesmo documento dá conta de mais 8 mortes motivadas pela doença.
O índice de transmissibilidade está agora nos 1,20 em todo o território nacional (na segunda-feira situava-se 1,19). A incidência também se agravou, tendo atingido os 247,3 casos a nível nacional e 254,8 casos por 100 mil habitantes (média dos últimos 14 dias) no continente. Os valores anteriores reportavam 224,6 a nível nacional e 231 no continente.
Espanha, por sua vez, tem a maior incidência acumulada a 7 dias, depois de alcançar um valor de cerca de 156 casos por cada 100 mil habitantes na terça-feira. O aumento do número de casos pode ter como justificação a variante Delta, cada vez mais dominante no país, e os ajuntamentos noturnos — já proibidos na Catalunha.
ARM, ZAP // Lusa
A gente até agradece, pois os Franceses têm sido dos mais infectados. Xôôô pra lá, peçonha!..