São os últimos trunfos de Benjamin Netanyahu. Esta quinta-feira, o primeiro-ministro de Israel acusou os seus adversários de fazerem parte de uma coligação “perigosa” e apelou aos deputados de direita para chumbarem o Governo proposto por Yair Lapid e Naftali Bennett.
Os “deputados eleitos por eleitores de direita devem opor-se a este perigoso governo de esquerda”, escreveu Benjamin Netanyahu, no Twitter.
Na mesma rede social, o primeiro-ministro de Israel acusou Yair Lapid e Naftali Bennett de se terem “vendido” a políticos árabes, numa referência a Mansour Abbas, líder do partido árabe israelita Raam, que aceitou apoiar a nova solução de Governo.
Na quarta-feira, Lapid conseguiu fechar um acordo que, segundo o Observador, reúne oito partidos. Nesta solução governativa, Naftali Bennett, de extrema-direita, assume o cargo por um período de dois anos, trocando depois com o líder centrista Yair Lapid.
Mas esta coligação ainda não está consumada, pelo que o primeiro-ministro israelita tem alguns dias para tentar travar o novo Governo.
Os deputados dos oito partidos que apoiam o executivo reúnem 61 dos 120 deputados, o que significa que, para que a coligação seja chumbada, basta que um ou dois deputados destes partidos mude de posição e vote contra.
Netanyahu espera conseguir apelar a deserções, sobretudo entre os sete deputados do Yamina. Além disso, vai explorar o apoio do partido árabe Raam, considerado algo contraditório tendo em conta as posições defendidas, principalmente, por Bennett, que recusa a existência de um Estado palestiniano e defende a anexação de mais territórios por parte de Israel.
O jornal online ressalta ainda que a nova coligação reúne vários partidos de esquerda, nomeadamente o Meretz e o Partido Trabalhista, que têm defendido uma solução de dois Estados para a resolução do conflito entre israelitas e palestinianos, o que pode aumentar a insatisfação de alguns deputados nacionalistas.
Ainda não há data para que a nova coligação vá a votos no Knesset. Caso não haja um novo Governo após essa votação, Israel terá de ir a votos, pela quinta vez em pouco mais de dois anos.
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