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“Emprego, salário e pensão”. Catarina Martins aponta prioridades do Bloco para o OE

José Sena Goulão / Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins

No seu discurso de encerramento da XII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda (BE), que ocorreu no fim de semana, a líder Catarina Martins apontou para o caderno de encargos que o partido que levar às negociações com o Governo para a aprovação do próximo Orçamento do Estado (OE).

No seu discurso, citado pelo Público, Catarina Martins deixou claro que, apesar do desejo de reaproximação ao Governo, o BE não abdicará das suas prioridades. “Não transigimos, não recuamos, não cedemos”, indicou, sublinhando: “Ouçam-nos bem: saúde e emprego, salário e pensão, é assim que vai ser”.

A líder bloquista avançou que o partido insistirá na contratação de profissionais de saúde, na reestruturação das carreiras médicas e de outros profissionais de saúde e nas alterações à legislação laboral – reversão das medidas da ‘troika’ e a regulação do teletrabalho, dos trabalhadores a recibos verdes e dos trabalhadores das plataformas digitais.

O BE quer ainda transformar o Rendimento Social de Inserção numa nova prestação social permanente e priorizar a habitação e a proteção do clima.

Sobre as eleições autárquicas, destacou o trabalho feito com apenas 7% na Câmara de Lisboa e criticou a direita e a extrema-direita. “Só há uma forma de continuar a vencer esta direita tingida de extrema-direita: que a esquerda lute pela maioria”, apontou, frisando que essa deve ser “a obrigação da esquerda”.

“À esquerda, essa desistência da direita coloca ainda maiores responsabilidades: toda a política nacional será determinada pela força da esquerda para conseguir as soluções para o país”, argumentou.

No sábado, o fundador do partido, Fernando Rosas, já havia defendido que o partido deve dar “uma outra atenção à luta ideológica em geral e à formação dos seus quadros, em particular”. Também o investigador e historiador Miguel Cardina, recém-entrado na direção do BE, afirmou que não há “receitas instantâneas para enfrentar a extrema-direita” apoiada pela “direita tradicional”, que prioriza “os cálculos eleitorais”.

Taísa Pagno //

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