PCP recusa “pressões” no Orçamento e admite que TAP o “afasta” do Governo

José Sena Goulão / Lusa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, recusou esta sexta-feira “as cíclicas pressões e dramatizações” sobre os futuros Orçamentos e deu o exemplo da TAP como mais um processo que “afasta” os comunistas do Governo.

O aviso foi deixado por Jerónimo de Sousa num discurso na apresentação da recandidatura de Bernardino Soares pela CDU à câmara de Loures, distrito de Lisboa, no final de uma semana em que o PCP subiu o tom das críticas ao Governo, que acusa de não cumprir o que foi negociado com os comunistas para o Orçamento do Estado de 2021.

“Mais do que cíclicas pressões e dramatizações sobre futuros orçamentos, o que se impõe é a concretização do Orçamento que o governo tem à sua disposição”, afirmou, no dia em que o executivo, numa resposta indireta aos comunistas, garantiu “elevado” o empenhamento na execução do Orçamento deste ano e que esta questão da execução não pode perturbar a negociação orçamental para 2022.

Num discurso de 25 minutos ao ar livre, junto ao Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, onde há seis meses foi reeleito secretário-geral do partido, Jerónimo repetiu que “se impõe” que o executivo “não deixe sem resposta os problemas económicos e sociais de milhares de trabalhadores, micro, pequenos e médios empresários, reformados e jovens”.

Depois de atacar a “submissão do Governo a critérios alheios ao interesse nacional”, como da União Europeia (UE), o líder dos comunistas deu o exemplo do TAP como mais um fator de divisão.

“O que nos afasta do Governo é o processo de reestruturação” para “reduzir a TAP”, “à boleia da pandemia”, para “despedir trabalhadores, reduzir salários e direitos”, disse.

São “tudo opções erradas que o PCP não acompanha” e prometeu que “dará combate” a “esse caminho de submissão”, exigindo a resposta que se impõe aos problemas nacionais, incluindo uma transportadora aérea “pública com capacidade” e à medida das “necessidades nacionais”.

// Lusa

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