Os ataques informáticos contra entidades públicas e empresas quase duplicaram em 2020: registaram-se 1.418 incidentes graves, um aumento de 90%.
O “Relatório Cibersegurança – Riscos e Conflitos 2021” do Observatório do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), citado esta terça-feira pelo Jornal de Notícias, revela que os ataques informáticos e os indicadores de cibercrime em Portugal “cresceram de forma significativa em 2020”.
Este fenómeno mostra “com frequência uma coincidência temporal entre esse crescimento e os períodos de confinamento social fruto da pandemia de covid-19″.
De acordo com o documento, houve uma duplicação de incidentes, isto é, “eventos com um efeito adverso real na segurança das redes e dos sistemas de informação”.
Em 2020, registaram-se 1.418 incidentes graves, mais 90% comparativamente ao ano anterior, quando foram notificados 754 incidentes graves.
Os incidentes foram registados pelo organismo do CNCS que coordena a resposta às ameaças “no ciberespaço de interesse nacional que afetam sobretudo a Administração Pública, os operadores de serviços essenciais ou os prestadores de serviços digitais” – o CERT.PT.
O JN avança que os ataques por phishing lideram a tabela registada pelo CERT.PT (43%), seguidos pelos incidentes de infeção por malware.
O relatório agrega dados já divulgados pela Polícia Judiciária, Ministério Público e pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, para assinalar “tendências comuns associadas à pandemia”, como o aumento após o primeiro confinamento.
Pedro Mendonça, responsável pelo observatório, disse que, neste período, as pessoas ficaram “mais dependentes dos serviços digitais” e que a atividade contra entidades e cidadãos acompanhou esse comportamento.