O alerta surgiu da Europol. Na Europa, estão a ser fabricadas pistolas semiautomáticas em impressoras e teme-se que o fenómeno chegue a Portugal. Os programas podem ser descarregados em plataformas na internet.
Segundo avança o Jornal de Notícias, por menos de mil euros é possível imprimir em casa uma arma de fogo letal, sem número de série e, portanto, impossível de ser identificada pela Polícia.
As armas são produzidas através de programas retirados da Internet, mas há quem construa, com recurso a uma impressora 3D, pistolas semiautomáticas capazes de disparar centenas de rajadas.
O alerta foi dado pela Europol, e a PSP confirma que está atenta ao que classifica como uma “ameaça emergente”. O mesmo tipo de ameaça que paira sobre granadas compradas, por menos de cinco euros por unidade, nos Balcãs.
De acordo com o JN, a primeira impressão de uma arma de fogo 3D aconteceu em 2013, mas os modelos iniciais, apesar da capacidade para disparar munição real, apresentavam defeitos. Em 2017, num teste feito com o apoio da PSP, a pistola rebentou ao terceiro disparo.
No entanto, a evolução tecnológica permitiu que um grupo de radicais apoiantes da livre posse de armamento – o Deterrence Dispensed – publicasse, online, projetos, instruções e vídeos a mostrar como se fabrica uma pistola semiautomática, capaz de disparar rajadas de munições com calibre de guerra. A FGC-9, iniciais de “fuck gun control 9 mm”, foi revelada em março deste ano.
Agora, a Europol alerta para a ameaça das armas 3D, e mostrou uma arma com peças produzidas numa impressora tridimensional, usada no atentado contra uma sinagoga alemã, em outubro de 2019, e três FCG-9 apreendidas na Finlândia, este ano. Segundo a Europol, estas armas 3D terão um custo entre os 1000 e os 3000 euros.
“É uma nova ameaça. A disseminação de modelos de impressão e programas na Internet tornou possível imprimir uma arma em casa, e isto vai-nos dar muitas dores de cabeça”, referiu o superintendente Pedro Moura ao JN.
O diretor do Departamento de Armas e Explosivos da PSP garante que, em Portugal, “ainda não foi identificada qualquer arma 3D”, o que não implica que a PSP não esteja vigilante relativamente a uma tendência que se alastra pela Europa.