O presidente da Câmara da cidade brasileira de São Paulo, Bruno Covas, morreu este domingo, aos 41 anos, vítima de cancro, segundo a imprensa brasileira e várias personalidades que nas redes sociais têm lamentado a sua morte.
Bruno Covas tinha sido internado em estado grave no passado dia 3 de maio para tratamento de um cancro, segundo informou na altura o Hospital Sírio-Libanês.
Diagnosticado com cancro no final de 2019, o autarca anunciara, no dia 2 de maio, que ia fazer um tratamento contra a doença. “Nos últimos meses, a vida deu-me enormes desafios. Tenho procurado enfrentá-los com fé, cabeça erguida e com muita determinação”, escreveu Covas numa nota divulgada, na altura, nas redes sociais.
Neto de Mário Covas, ex-governador de São Paulo, Bruno Covas, de 41 anos, retomou as sessões de quimioterapia em fevereiro passado, e ficou novamente internado por vários dias devido a um nódulo encontrado no fígado, mas continuou no cargo.
Membro do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Bruno Covas tornou-se presidente da Câmara de São Paulo em abril de 2018, ao substituir João Doria, que saiu do cargo e foi eleito governador do estado de São Paulo.
Em junho do ano passado, Covas testou positivo para o SARS-CoV-2, doença que superou sem problemas maiores.
Em 2020, Covas foi reeleito presidente da Câmara após derrotar o candidato de esquerda Guilherme Boulos, do Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL), na segunda volta das autárquicas.
Defensor das medidas contra a covid-19
Bruno Covas defendia medidas de isolamento social contra a covid-19, pelo que foi criticado pelo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
A 29 de abril do ano passado, Bolsonaro remeteu a responsabilidade pelo aumento do número de casos e mortes causados pela covid-19 para os governadores e autarcas que decretaram medidas de isolamento social.
“Essa fatura deve ser enviada aos governadores. Pergunte ao senhor João Doria [governador do estado de São Paulo], ao senhor [Bruno] Covas [prefeito de câmara da cidade de São Paulo] porque eles adotaram medidas restritivas e as pessoas continuam a morrer”, disse.
A notícia da morte de Bruno Covas tem sido comentada e lamentada nas redes sociais por várias personalidades, como os antigos presidentes do Brasil Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer.
Lula recordou no Twitter a “longa e dura batalha contra o cancro” que o autarca travou e Dilma Rousseff usou a mesma rede social para afirmar que “o Brasil perdeu um dos seus promissores líderes políticos”.
“Com Bruno Covas vai embora parte da nossa esperança”, escreveu Michel Temer nesta rede.
O governador de São Paulo, João Dória, já emitiu uma declaração, na qual sublinha a “dedicação e afeto” que partilhou com Bruno Covas.
Também os clubes de desporto, como o São Paulo Futebol Clube, o Corinthians, o Santos Futebol Clube, o Palmeiras e o Flamengo têm manifestado o seu pesar por este falecimento.
Advogado de profissão, Bruno Covas entrou para a política aos 26 anos, tornando-se deputado na legislatura de São Paulo.
Foi então secretário do Ambiente do Estado de São Paulo (2011-2015) e depois deputado federal em Brasília, de 2015 a 2017.
Apesar da doença, continuou a ocupar o seu cargo de presidente da Câmara da cidade mais populosa do Brasil (12,3 milhões de habitantes), e enfrentou a crise provocada pela pandemia de covid-19, que matou quase 29.000 pessoas em São Paulo.
// Lusa