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Israel reforça presença militar na fronteira com Gaza. “Última palavra ainda não foi dita”

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Mohammed Saber / EPA

Uma palestiniana ao lado de uma casa destruída pelos bombardeamentos de Israel

O Exército israelita tinha anunciado, esta quinta-feira à noite, que os seus soldados tinham entrado na Faixa de Gaza. Depois veio negar essa informação, atribuindo a confusão a um problema de “comunicação interna”.

Na noite desta quinta-feira, o Exército israelita anunciou, em comunicado, que as suas tropas tinham penetrado na Faixa de Gaza, no âmbito de uma operação militar contra o movimento islâmico xiita Hamas.

Pouco depois da meia-noite, o Exército emitiu novo comunicado com um “esclarecimento” para dizer que “não havia soldados” em Gaza, alegando um “problema de comunicação interna” para justificar a confusão.

Ao longo do último dia, o Ministério da Defesa de Israel aprovou a mobilização de mais de nove mil soldados reservistas e anunciou o reforço de tropas junto à fronteira com Gaza, para preparar “a opção de uma manobra terrestre”, com veículos blindados e artilharia a ser colocados em alerta para poderem ser “mobilizados a qualquer momento”.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, escreveu na sua conta do Twitter que “a última palavra ainda não foi dita” e que esta operação militar “vai continuar enquanto for necessário”, cita o semanário Expresso.

“Eu disse que iríamos cobrar um preço muito elevado ao Hamas. Estamos a fazer isso e vamos continuar a fazer isso com toda a força”, disse depois num vídeo, também publicado na mesma rede social.

Por seu lado, o Hamas afirmou, segundo o jornal, que “qualquer incursão terrestre em qualquer área da Faixa de Gaza será uma oportunidade para aumentar o número de mortos e prisioneiros entre o inimigo”.

O conflito israelo-palestiniano já dura há quatro dias e tem assistido a sucessivas escaladas de violência, com fortes bombardeamentos aéreos por parte de Israel e o disparo de centenas de rockets por parte do Hamas.

Um porta-voz militar disse que Israel utilizou esta manhã 160 aviões, artilharia e infantaria durante o ataque ao enclave palestiniano. Ao mesmo tempo, as milícias palestinianas dispararam 50 foguetes contra Israel durante a madrugada.

A escalada das hostilidades ocorre enquanto os negociadores egípcios tentam manter conversações com as duas partes, intensificando os esforços de mediação.

Nas zonas próximas da fronteira, em Gaza, testemunhas relatam que várias dezenas de famílias estão a fugir das suas casas. Ibrahim Jamal, um habitante local, disse que cerca de 200 pessoas procuraram abrigo numa escola das Nações Unidas.

O Ministério da Saúde do enclave disse que o número de mortos subiu para 87, incluindo 18 crianças e oito mulheres, com 530 feridos registados. Por sua vez, Israel anunciou a morte de sete pessoas, incluindo um soldado e uma criança.

De acordo com o Expresso, do lado israelita, a violência também já chegou às comunidades mistas de judeus e árabes. Sinagogas foram atacadas e têm-se registado ataques a pessoas sozinhas, que são apanhadas por multidões na rua e espancadas com gravidade.

Sessão pública do Conselho de Segurança da ONU

O Conselho de Segurança da ONU realizará, este domingo, uma reunião pública virtual sobre o conflito israelo-palestiniano, anunciaram fontes diplomáticas.

A reunião, inicialmente marcada para sexta-feira com caráter de urgência, foi solicitada por 10 dos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Tunísia, Noruega, China, Irlanda, Estónia, França, Reino Unido, São Vicente e Granadinas, Níger e Vietname).

Os Estados Unidos, que tinham rejeitado a data de sexta-feira, mostraram-se favoráveis a que o encontro se realizasse no início da próxima semana, “para dar um pouco mais de tempo à diplomacia para conseguir resultados“, nas palavras do chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken.

Agora, os Estados Unidos concordaram que a reunião de emergência seja antecipada para domingo, numa solução de compromisso entre as duas datas, segundo fontes diplomáticas.

A realização deste tipo de reuniões de urgência por videoconferência requer o consenso dos 15 Estados membros do Conselho de Segurança, mas tem sido prática comum nos últimos meses, devido à pandemia de covid-19.

Esta violência surgiu, em parte, devido à ameaça de expulsões de palestinianos de Jerusalém Oriental em benefício dos colonos israelitas.

Em entrevista ao Diário de Notícias, Raphael Gamzou, embaixador de Israel em Portugal, disse que, desta vez, o país terá de “lidar com o Hamas de forma profunda”. “O preço a pagar vai ser pesado. Penso que eles já o estão a sentir”, acrescentou.

ZAP // Lusa

7 Comments

  1. Os Israelitas são uns assassinos e extreminadores tal e qual os Nazistas e não se lembram que o que estão a fazer aos palestinianos foi exatamente o que os nazis lhes fizeram, colocaram-os num gueto a morrer a fome desde lá até agora foram vitimas, mas agora eles é que são os racistas e prenderam o povo palestiniano numa prisão ao ar livre, e matam-os com armas de guerra, eles é que realmente são o problema no médio oriente.

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