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Onda de violência em Jerusalém não tem fim. UE considera ataques “inaceitáveis”

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Abed Al Hashlamoun / EPA

Violência em Israel

A situação continua a ser preocupante em Israel e a comunidade internacional já tem deixado alguns alertas para que seja posto fim à violência.

Na noite desta segunda-feira, um incêndio rompeu na zona da Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, o terceiro local mais sagrado do Islão onde milhares de fiéis estavam presentes para orar.

A causa do incêndio está ainda por esclarecer. Mas o incidente segue-se a confrontos entre manifestantes palestinianos e a polícia israelita que deixaram mais de 300 feridos na Esplanada da Mesquita, batizada de Monte do Templo pelos judeus.

Várias salvas de foguetes foram lançadas ao início da noite a partir da Faixa de Gaza em direção a Israel, observou um jornalista da AFP no enclave palestiniano, ao mesmo tempo que soaram as sirenes de alarme em Jerusalém.

Entretanto, devido ao caos que se tem instalado, o Muro das Lamentações, em Jerusalém, também foi evacuado.

Momentos antes, o movimento islâmico Hamas ameaçara Israel com uma nova escalada militar se as forças israelitas não abandonassem a Esplanada das Mesquitas e o bairro de Seikh Jarrah, ambas em Jerusalém Oriental, até às 18h00 locais (16h00 em Lisboa).

A Esplanada das Mesquitas e o bairro de Seikh Jarrah têm sido palco de violentos confrontos nos últimos dias entre palestinianos e polícias israelitas.

Centenas de fiéis judaicos foram evacuados ontem à noite do Muro das Lamentações, em Jerusalém, na sequência dos confrontos na Esplanada das Mesquitas, situado nas proximidades e do lançamento dos foguetes a partir da Faixa de Gaza.

“Um alarme acabou de soar em Jerusalém. As forças policiais começaram a evacuar centenas de pessoas” reunidas no Muro das Lamentações para locais mais seguros, disse a polícia num breve comunicado.

O exército israelita relatou sete foguetes disparados de Gaza, um dos quais foi intercetado pelo escudo de mísseis “Cúpula de Ferro”.

“As Brigadas Al-Qassam (braço armado do Hamas) estão agora a lançar foguetes contra o inimigo na Jerusalém ocupada em resposta aos seus crimes e agressões contra a Cidade Santa e aos seus abusos contra o nosso povo em Sheikh Jarrah e na mesquita Al-Aqsa”, na Esplanada das Mesquitas”, disse o Hamas num comunicado.

Netanyahu diz que Hamas transpôs “linha vermelha”

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, considerou que o movimento islamita Hamas que governa a Faixa de Gaza transpôs “uma linha vermelha” e prometeu uma reposta musculada do Estado judaico.

“As organizações terroristas em Gaza atravessaram uma linha vermelha durante a tarde no ‘Dia de Jerusalém’”, indicou Netanyahu, para acrescentar: “Israel reagirá com força (…), quem atacou o nosso território, a nossa capital, os nossos cidadãos e soldados pagará um elevado preço”.

O exército israelita anunciou segunda-feira à noite “ter começado” a realizar uma série de ataques contra posições do Hamas na Faixa de Gaza, visando em particular um comandante das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, o braço armado do Hamas, que foi morto.

“Começámos a realizar ataques em Gaza. Temos como alvo um comandante sénior do Hamas”, disse um porta-voz das Forças de Defesa israelitas, numa conferência de imprensa em Jerusalém.

O movimento Hamas, que governa na Faixa de Gaza, anunciou a morte de um de seus comandantes num ataque israelita no norte do enclave.

As declarações do Hamas surgem depois de fontes sanitárias palestinianas terem adiantado a ocorrência de uma explosão de origem desconhecida no norte da Faixa de Gaza, que provocou a morte a pelo menos nove pessoas, três delas crianças.

A explosão surgiu depois de militantes do movimento islâmico Hamas terem disparado sete foguetes em direção a Israel.

Por saber está se a explosão foi provocada por um dos foguetes lançados pelo Hamas, que poderá ter falhado o alvo, ou se se deve a uma retaliação de Israel.

No entanto, a imprensa do Hamas indicou que, numa reação inicial, Israel realizou um ataque com um ‘drone’ [aparelho aéreo não tripulado] que provocou um morto no norte da Faixa de Gaza.

Por outro lado, e citado pela agência noticiosa Associated Press (AP), Abu Obeida, porta-voz do braço militar do Hamas, disse que o ataque a Jerusalém foi uma resposta ao que chamou de “crimes e agressão” israelitas.

“Esta é uma mensagem que o inimigo deve entender bem”, disse Obeida, que ameaçou com mais ataques se Israel “voltar a invadir a Mesquita de Al-Aqsa” e a prosseguir com as operações de desalojamento de famílias palestinianas num bairro na parte leste de Jerusalém.

O Exército de Israel adiantou que um civil israelita sofreu ferimentos leves quando um veículo foi atingido no sul do país por um míssil antitanque disparado de Gaza.

Várias explosões ouviram-se ontem à noite em Jerusalém depois de terem soado as sirenes de alarme antiaéreas acionadas na sequência dos foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza, indicou o exército israelita, sem avançar pormenores.

“Foram disparados sete foguetes desde a Faixa de Gaza contra o território israelita (em Beit Shemesh e Jerusalém). Um dos foguetes foi intercetado pelo sistema de defesa aérea ‘Cúpula de Ferro’”, lê-se num curto comunicado do Exército israelita.

Um dos foguetes lançados pelo Hamas caiu na periferia oeste de Jerusalém, danificando ligeiramente uma casa e causando um incêndio florestal.

Ataques a civis são “inaceitáveis”

O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, pediu o fim imediato da violência em Jerusalém, considerando que os ataques contra civis são “inaceitáveis”.

Nas últimas horas, também Washington e Londres condenaram o lançamento de foguetes por parte do movimento islamita palestiniano Hamas contra Israel, pedindo contenção, de forma a diminuir as tensões na região.

“Estamos profundamente preocupados com os recentes confrontos e com a violência”, disse Josep Borrell, pedindo para que “tudo seja feito para evitar o aumento das tensões”.

“A prioridade deve ser evitar mais vítimas civis“, concluiu Borrell.

No sábado, a UE tinha pedido às autoridades israelitas para agirem “com urgência” de forma a diminuir as tensões em Jerusalém.

“Os líderes políticos, religiosos e comunitários de todas as fações devem mostrar moderação e responsabilidade e fazer todo o possível para acalmar esta situação explosiva”, dissera o porta-voz de Josep Borrell.

O Conselho da Liga Árabe reúne-se de emergência no Cairo, esta terça-feira, para analisar a crescente tensão entre Israel e a Palestina, sobretudo os acontecimentos registados segunda-feira em Jerusalém.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Porque será que a UE se assanhou tanto com a Rússia devido ao caso da Crimeia e nada faz para que Israel retire dos territórios ocupados?
    Vê-se bem a integridade dos políticos da UE.

    • Então terão de ser devolvidos os territórios que Portugal conquistou aos mouros, os que os mouros conquistaram aos romanos, os que os persas conquistaram aos espartanos e por aí fora.
      Os territórios ocupados por Israel resultaram da agressão dos países árabes contra o estado de Israel.
      Acontece que Israel venceu essa guerra e conquistou esses territórios em frente de batalha, logo, os territórios são legitimamente israelitas.
      A guerra tem destas coisas…uns ganham e outros perdem.
      Habitue-se.

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