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Autárquicas são ensaio para o CDS. Nas legislativas, partido pode ser o “PEV do PSD”

Rodrigo Antunes / Lusa

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos

Com o CDS a afundar nas sondagens, as legislativas já estão no campo de visão. As autárquicas que se avizinham vão ser um ensaio para os centristas: e se uns dizem que não, os críticos já fazem antecipar a morte do partido.

A preparação das eleições autárquicas e o resultado que a atual direção vai obter no outono vão ser o primeiro sinal para o CDS, ainda que poucos acreditem que as eleições locais sejam decisivas para definir a continuidade da atual liderança.

A oposição interna entende que as coligações com o PSD são a prova de que Francisco Rodrigues dos Santos “está disposto a vender o partido em todo o lado com a expectativa de que Rui Rio o compense com uma coligação pré-eleitoral nas legislativas e que o impeça de ir a votos e ficar sem grupo parlamentar”, diz uma fonte democrata-cristã ao Expresso.

Nos corredores, comenta-se que o CDS poderá vir a ser uma espécie de “PEV do PSD“. Apesar dos rumores, o semanário sabe que a direção centrista não põe de lado uma coligação pré-eleitoral com o PSD nas legislativas.

A tese de que o CDS está a colar-se ao PSD para que seja a sua “tábua de salvação” é rejeitada pela direção centrista. “Ninguém faz coligações por caridade”, alega. As coligações que estão a acontecer são porque o CDS “conta”.

Tudo depende da continuidade de Rui Rio e de Francisco Rodrigues dos Santos ao leme das lideranças. Há quem acredite piamente que o destino de um está cada vez mais ligado ao destino do outro – a confirmar-se, será a “morte” disfarçada do CDS, escreve o Expresso.

Prova disso são os confrontos que a direção assumiu com algumas estruturas. Guarda, Coimbra e Marco de Canaveses não queriam coligações, mas a direção bateu o pé. Depois de ter dado Lisboa de bandeja aos sociais-democratas, fala-se em “diluir o resultado em coligações”.

O ex-líder da distrital da Guarda, Henrique Monteiro, diz ao Expresso que o CDS “claudicou” perante o PSD. “Vendeu-se barato”, afirma outra fonte, que critica o facto de, em concelhos importantes de áreas metropolitanas (como Lisboa ou até Almada), o CDS não ir a votos sozinho.

Liliana Malainho, ZAP //

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