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Primeira-ministra da Irlanda do Norte demite-se. Brexit foi o culpado

A primeira-ministra unionista da Irlanda do Norte, Arlene Foster, anunciou hoje a sua demissão, depois de membros do seu partido a terem pressionado a sair, por causa da forma como lidou com as consequências do ‘Brexit’.

Arlene Foster, que teve um papel fundamental nas negociações da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), deixará o cargo de líder do seu partido, Partido Democrático Unionista (DUP, na sigla em inglês), em 28 de maio, e a chefia do Governo local, no final de junho, de acordo com um comunicado.

“Tenho procurado levar o partido e a Irlanda do Norte em direção a um caminho melhor”, disse Foster numa declaração televisiva.

“Embora tenha havido muitos tempos difíceis para o Executivo, continua a ser a minha firme visão de que a Irlanda do Norte tem sido melhor servida com ministros locais neste momento. É impensável que poderíamos ter enfrentado a pandemia de coronavírus sem os nossos próprios ministros delegados e nenhuma direção ministerial para os departamentos”, acrescentou, citada pelo The Telegraph.

A posição de Foster tornou-se insustentável depois de vários deputados do DUP terem assinado uma carta em que lhe retiravam a confiança política.

O movimento contra Foster, que lidera o partido desde 2015, é o mais recente sinal de como o ‘Brexit’ abalou o equilíbrio político na Irlanda do Norte, que pertence ao Reino Unido, mas onde alguns cidadãos se identificam como britânicos e outros como irlandeses.

As regras comerciais pós-‘Brexit’ impuseram controlos alfandegários e de fronteira sobre algumas mercadorias que se deslocam entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido.

O acordo foi projetado para evitar controlos entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, um país membro da UE, já que foi a ideia de uma fronteira aberta entre as regiões que permitiu sustentar o processo de paz que colocou fim a décadas de violência na Irlanda do Norte.

Os novos acordos perturbaram os unionistas britânicos da Irlanda do Norte, que afirmam que os novos controlos alfandegários equivalem a uma fronteira no mar da Irlanda e enfraquecem os laços com o resto do Reino Unido.

As tensões sobre as novas regras foram um fator que contribuiu para uma semana de violência nas ruas em cidades da Irlanda do Norte, no início deste mês, que viu jovens atingirem a polícia com tijolos e bombas artesanais.

Foster e outros políticos proeminentes do DUP estão a tentar resistir à ira de membros do partido, que acusam a atual liderança de apoiarem o processo de ‘Brexit’ assinado entre o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e Bruxelas.

ZAP // Lusa

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