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Braga tem recorde de processos por corrupção (e pode ser da “partidarite”)

Câmara Municipal de Braga

Sé Catedral de Braga

A comarca judicial de Braga, que abarca todo o distrito, é, em todo o país, a que abriu mais inquéritos-crime por corrupção em 2020. Um dado que pode ser reflexo da “partidarite”, com elementos ligados a PS e PSD a acusarem-se mutuamente.

Em 2020, a comarca de Braga abriu 143 inquéritos-crime por corrupção, segundo dados do Relatório Anual de Segurança Interna que são citados pelo Jornal de Notícias (JN).

No segundo lugar desta lista, aparece Faro com 68 inquéritos-crime e depois, vem Aveiro, com 64.

Portanto, a comarca bracarense destaca-se claramente, mas o presidente da Câmara local, Ricardo Rio, assegura que “Braga terra corrupta é um mito”, conforme declarações divulgadas pelo JN.

Também o advogado Artur Marques, um dos mais conhecidos de Braga, se surpreende com estes números. “Não corresponde à realidade. Só tenho dois processos dessa área em Braga e muitos outros pelo país”, sublinha, notando que não acredita na ideia de que Braga seja “mais corrupta” do que outras zonas do país.

O JN repara que há quem atribua estes números a Vila Verde, localidade do distrito de Braga de onde surgem várias queixas de corrupção todos os anos fruto da “partidarite”.

“simpatizantes do PS” a queixarem-se dos autarcas do PSD que estão no poder e os sociais-democratas acabam a responder “na mesma moeda, denunciando vereadores e a Misericórdia, tida como afecta à oposição”, aponta o JN.

“São dezenas [de queixas] por ano, a maioria sem fundamento“, conta ao JN um magistrado local.

Braga é o distrito do país com mais empresas

Além das tensões partidárias, o número de queixas pode ainda estar relacionado com o facto de Braga ser o distrito do país que tem o maior número de empresas.

O presidente da Associação Empresarial do Minho, Ricardo Costa, admite também ao JN que pode ter havido um aumento de crimes fiscais devido à “crise económica e alguma intolerância do Fisco”.

Em 2019, o Ministério Público (MP) de Braga tinha em mãos “mais de 400 processos” relacionados com crimes económico-financeiros, incluindo suspeitas de participação económica em negócio, fraude fiscal e fraude na obtenção de subsídio, como atesta a mesma publicação.

No ano passado, o MP de Braga acabou a arquivar 83 inquéritos relacionados com corrupção.

ZAP //

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