O presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, não poupou críticas às “forças políticas que têm estado no poder ao longo destes anos”.
O presidente da Associação 25 de Abril defendeu, este domingo, que a reforma legislativa em curso no setor da defesa pode “acabar de vez com as Forças Armadas” e acusou de ignorância o poder político dos últimos anos.
Vasco Lourenço falou sobre a reforma lançada pelo Governo da Lei de Defesa Nacional e da Lei Orgânica das Forças Armadas durante um encontro entre capitães de Abril e jovens com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no antigo picadeiro do Palácio de Belém, em Lisboa, no 47.º aniversário do 25 de Abril.
“Eu tenho para mim que um dos grandes falhanços do regime português pós-25 de Abril é precisamente as Forças Armadas. Aliás, nós estamos prestes a ver aprovar na Assembleia da República uma alteração na estrutura das Forças Armadas que vai apontar para acabar de vez com as Forças Armadas, na minha opinião”, declarou o coronel.
Em seguida, o presidente da Associação 25 de Abril criticou “as forças políticas que têm estado no poder ao longo destes anos”.
“Como eu lhes tenho dito a eles várias vezes, não sabem nada, não querem saber e têm raiva a quem sabe de defesa nacional e Forças Armadas. São uns perfeitos ignorantes, só fazem asneiras. Têm vindo a destruir a condição militar”, criticou.
Para Vasco Lourenço, os partidos políticos “querem transformar as Forças Armadas em funcionários públicos“.
As propostas do Governo que alteram a Lei de Defesa Nacional e a Lei Orgânica das Forças Armadas, aprovadas em Conselho de Ministros no dia 8 deste mês, centralizam competências no chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA).
Em março, o Presidente da República convocou reuniões do Conselho de Estado e do Conselho Superior de Defesa Nacional para ouvir estes dois órgãos de consulta sobre esta reforma.
O Conselho Superior de Defesa Nacional reuniu-se em 15 de março e deu “parecer de princípio favorável” aos projetos de propostas de revisão da Lei de Defesa Nacional e da Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas.
Em 26 de fevereiro, numa cerimónia no Instituto Universitário Militar, o Presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas formulou o voto “de que seja bem sucedido este processo, em conciliação entre arrojo e bom senso, assertividade e participação, reforço institucional e plasticidade pessoal”, sem falar especificamente sobre a intenção de reforço de competências do CEMGFA.
ZAP // Lusa