O autarca francês, que se encontra preso por crimes de violação e de agressões sexuais, recusa-se a abdicar do cargo e continua a gerir a cidade através da prisão.
De acordo com o jornal The Guardian, vários grupos feministas em França estão a expressar a sua indignação relativamente a este caso, considerando revoltante que um autarca preso, condenado por violação, continue a poder estar no cargo a partir da cela.
Georges Tron, que já pertenceu ao Governo de Nicolas Sarkozy e que é agora autarca de Draveil, perto de Paris, foi detido, em fevereiro, pela violação e agressões sexuais a uma das suas funcionárias.
O autarca, de 63 anos, foi condenado a cinco anos de prisão, dois dos quais em pena suspensa. O francês negou as acusações e recorreu da decisão.
Segundo o diário britânico, a partir da cela da prisão, Tron recusou-se a abandonar o cargo e continua a administrar a cidade com cerca de 30 mil habitantes, comunicando com a sua equipa por carta e descrevendo a detenção como um simples “impedimento”.
Esta semana, por exemplo, a reunião municipal começou mesmo com a leitura de uma das suas cartas, por parte da equipa, sobre o orçamento da cidade, o que gerou revolta entre os partidos da oposição.
No exterior, grupos feministas protestaram com um cartaz de Tron atrás das grades. As ativistas afirmam que a sua recusa em renunciar é “escandalosa” e “revoltante”.
O grupo Osez le Féminisme e a Associação Europeia Contra a Violência das Mulheres no Trabalho (AVFT) já lançaram uma petição online, que conta já com mais de 35 mil assinaturas, a pedir que o Governo tome uma atitude para o remover do cargo.
O coletivo Nous Toutes também questionou, esta semana, o primeiro-ministro francês, Jean Castex: “Do que é que está à espera?”. Para já, ainda não houve qualquer resposta por parte do Executivo.
Além disso, no mês passado, quando a senadora socialista Laurence Rossignol exigiu que Tron fosse destituído, o ministro da Justiça, Éric Dupond-Moretti, que por acaso já representou o autarca neste caso, em 2018, disse que o Governo não pode fazer nada devido ao recurso apresentado.
