Esta terça-feira, na Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, o grão-mestre do Grande Oriente Lusitano avisou que nenhum maçon irá cumprir uma lei que os obrigue a declarar se são ou não elementos da maçonaria.
“[Uma lei que obrigue à declaração de pertença] é ineficaz, totalmente ineficaz (…). Se eu saísse por aquela porta e quisessem que eu declarasse que sou maçon – mesmo depois de ter admitido aqui que sou -, eu recusava e tinha o direito de resistência. (…) O Estado não tem nada que cheirar no meu compromisso iniciático”, afirmou José Adelino Maltez, ex-candidato a grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, citado pelo jornal Público.
O ex-candidato a grão-mestre do Grande Oriente Lusitano falava depois de ter pedido para ser ouvido pelo Parlamento, no âmbito da discussão das propostas para que os políticos e altos cargos públicos passem a declarar facultativamente a pertença a sociedades de natureza secreta ou “discreta” ou obrigatoriamente a pertença a qualquer tipo de associação ou entidade.
Para Maltez, a maçonaria é uma “entidade sagrada e iniciática” sobre a qual o direito positivo não tem ascendência. O grão-mestre classificou o Parlamento como “o maior templo da maçonaria em Portugal”.
“Um maçon está em dissidência permanente”, cria e frequenta as lojas que quiser ou inscreve-se numa estrangeira e aí deixa de ser enquadrado por qualquer lista que os deputados queiram definir. Além disso, “não tem carácter associativo; é uma ordem, uma aliança de homens livres e de bons costumes”, continuou. “O maçon nasceu para não confessar ao príncipe e ao bispo que era maçon”.
André Coelho Lima, do PSD, argumentou que, se um maçon tem orgulho em sê-lo, não terá problema em assumi-lo. “Não pretendemos devassar a vida dos cidadãos (…) São declarações para quem ocupe cargos políticos, não são de voyeurismo associativo.”
Já o deputado do PAN, André Silva, defendeu ser “relevante que alguém assuma eventuais conflitos de interesse” por uma questão de “transparência, uma exigência de ética republicana”.
O deputado lembrou ainda que os membros do conselho de fiscalização das secretas têm a mesma obrigação declarativa sobre entidades secretas. “Se quem pertence a estas organizações não pode revelar, então não tem condições para o exercício de cargos públicos”, atirou.
Por sua vez, o PS, que é contra as propostas, garantiu ao grão-mestre que o partido “fará tudo o que for possível para que uma lei com esta natureza não exista” e lembrou que não há muitos países que tenham imposto essa declaração de pertença a sociedades secretas.
“Ninguém pode ser discriminado nem sinalizado em função das suas convicções”, disse José Magalhães.
Segundo o Observador, apenas na Roménia e San Marino existe esta obrigatoriedade.
No primeiro caso, a existência de entidades secretas está proibida pela Constituição e a regra aplica-se a qualquer associação, grupo ou fundação. Em San Marino, a norma obriga a que deputados, ministros, autarcas, juízes, chefes da polícia ou membros do banco central declarem se pertencem a entidades secretas ou “discretas”.
Há outros exemplos, mas menos severos. Na Bulgária, por exemplo, esta regra aplica-se apenas a magistrados judiciais, enquanto na Letónia e Áustria aplica-se a políticos com cargos executivos.
Juízes comprometem-se a declarar se são maçons
Na mesma audição, o juiz desembargador Manuel Soares defendeu que deveria ser obrigatório para os juízes declararem se pertencem a organizações que exigem a prestação de promessas de fidelidade ou em que não seja possível conhecer os seus associados, segundo o Público.
O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) disse que foram contactos de tentativa de recrutamento de um juiz para pertencer à maçonaria que levaram à discussão e à aprovação do Compromisso Ético dos Juízes Portugueses – Princípios para a qualidade e responsabilidade.
Este documento prevê que a pertença de juízes a organizações secretas é eticamente reprovável por questões de transparência e de necessidade de imparcialidade. Além disso, recomenda-se que rejeitem integrar estas organizações e, caso sejam membros, que o declarem.
Segundo Manuel Soares, é apenas “uma carta ética”, apesar de ter pedido ao Conselho Superior da Magistratura que a declaração de rendimentos, património e interesses dos juízes passasse a incluir essa identificação.
Os Juizes declaram se são Maçons porque percebem a consequência legal de não o fazer. Os que dizem não cumprir a lei, devem-se achar alguns Rambos. Gandas Fanãs!… Vão todos bater com os costados no xilindró. Também… Quanto menos máfias neste mundo, melhor.
Como dizem os americanos: MOB (os italianos chamam-lhe pelo nome próprio)
A partir do momento que recebe dinheiro publico tem o dever moral e obrigação de informar se pertence a organizações.
Tudo seitas e partidos nesta sociedade podre e mediocre.
Só teme quem deve e quem justifica perde.
Há un Filme que se intitula “Este País não é para Velhos”, neste caso, tem uma certa razão no que afirma. Porque neste País “não só não é para Velhos como para Pessoas Honestas” !
Este assunto gravíssimo para qualquer país democrático necessita de ser amplamente debatido e escrutinado na praça pública… Se a Maçonaria o permitir, claro, pois eles é que mandam na nossa democracia.
Noticia errada! O Prof. José Adelino Maltez não é Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano.
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo. Está corrigido.
Uma aliança de homens livres e de bons costumes , diz o Sr. Manda Chuva ! Pergunto se nos bons costumes , está incluída a honestidade dos membros como obrigação para estar nessa aliança?? É que conheco , masons , desonestos e desleais , será que podem continuar dessa associação??
E os masons , que divulgam a sua filiação seram expulsos??
Então podem começar pelo ps , que tem ex-deputado , co indicação de mason.
Compreendo o embaraço que esta lei
Possa vir a fazer , não querem, continuar escondidos com o rabo de fora .Porque se irá ber o compadrio entre a vida masonica , e a vida civil , não será assim Srs.doutores e juizes .
A verdade por vezes é dificil de ssconder , mas estejam descansados
Pela parte do ps , isso nunca irá acontecer , informação do partido .
Também sabemos , que à outros partidos com acento nas varias lojas maconicas , o que se sabe , será uma gota , nas politicas de amizade e encobrimento entre homens livres . E de bons costumes ! Esta é o máximo, bons costumes , mas seram , boas praticas ???
Responda quem souber , sou todo ouvidos ! Se entre os homens livres e de bons costumes , andam a guerra entre as lojas , está tudo dito .
Que tal criar uma loja nas Berlengas e dar-lhe a independencia ? como alguns estarão na Assembleia da República, é tudo lucro , podem receber os subsídios e podem dslocar-se a casa todos os dias , fica a menos de duas horas do local de trabalho ,
Cuidem-se
O Maltez, como toda a gente sabe, é tonto. E se pertencer à Maçonaria fosse inocente, todos os maçons o declarariam publicamente. Há alguém que esconda ser sócio do Benfica ou da Confraria do Vinho Verde?…
Não. O maçon nasceu para fazer negociatas com outros maçons, geralmente ilegais.
No século 21 em Portugal todas as práticas de caráter secreto, tem muita coisa a esconder, e quem tem a esconder? olhem quem não deve não teme.
Não acabem com esta cambada de corruptos escudados em teorias da treta, que vão ver onde é que isto vai parar.
Certo certo, é que o PS não mais poderá estar no poleiro…