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Ucrânia diz que Rússia não responde a pedido de conversações, mas conta com o apoio da NATO

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin

O Presidente ucraniano, Volodimir Zelenskii, disse que ainda não conseguiu falar com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para discutir a escalada do conflito no Leste da Ucrânia.

A Rússia e a Ucrânia acusam-se mutuamente de serem os culpados pelo agravamento da situação na região do Donbass, onde as tropas ucranianas lutam contra forças apoiadas pela Rússia desde 2014, num conflito que já fez 14 mil mortes segundo as autoridades ucranianas.

Iuliia Mendel, porta-voz de Volodimir Zelenskii, disse à Reuters, esta segunda-feira, que o Presidente ucraniano tem tentado falar com Vladimir Putin sobre o assunto.

“O gabinete do Presidente pediu para falar com Vladimir Putin. Ainda não recebemos uma resposta e esperamos sinceramente que isto não signifique uma recusa ao diálogo”, disse Mendel.

Por sua voz, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que não viu nenhum pedido de conversações “nos últimos dias”.

Segundo o Público, quando questionado sobre se Putin tinha algo a dizer a Zelenskii, Peskov disse que esperava que o que chamou de “sabedoria política” prevalecesse em Kiev quando se tratasse de diminuir a escalada e evitar uma guerra.

Apoio do ocidente

O chefe da diplomacia ucraniana será recebido na terça-feira na NATO para conversas sobre as tensões causadas pelos movimentos de tropas russas na fronteira com as áreas mantidas pelos separatistas apoiados por Moscovo.

Dmytro Kuleba será recebido na terça-feira de manhã pelo secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, antes de participar numa reunião da comissão NATO-Ucrânia, informou hoje a Aliança Atlântica.

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, também é esperado em Bruxelas, de terça a quinta-feira, “para consultas com aliados da NATO e autoridades europeias”, disse o porta-voz da Aliança, Ned Price.

Jens Stoltenberg também receberá o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, na quarta-feira, com a situação na Ucrânia no topo da agenda de discussão.

No domingo, os Estados Unidos avisaram Moscovo de que haveria “consequências” na eventualidade de um ataque militar russo contra a Ucrânia, mas o Kremlin respondeu que não tencionava fazer qualquer movimentação agressiva contra o país vizinho.

Os Estados Unidos discutiram o assunto com a França e a Alemanha, e Blinken lembrou numa entrevista televisiva que “há agora mais tropas russas concentradas na fronteira (ucraniana) do que em qualquer momento desde 2014, quando da primeira invasão russa”.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu na semana passada à NATO para acelerar a adesão do seu país, para enviar um sinal à Rússia, mas a Aliança está a observar a maior cautela neste pedido, com medo de uma instrumentalização política.

Ucrânia e Rússia têm-se acusado mutuamente por responsabilidade direta no aumento da intensidade do conflito e, esta semana, o Kremlin já admitiu que reforçou o contingente militar ao longo da fronteira entre os dois países, provocando reações de preocupação por parte da União Europeia e dos Estados Unidos.

O confronto armado entre as forças ucranianas e rebeldes apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia, que começou em 2014, já custou a vida de cerca de 14.000 pessoas, em sete anos, de acordo com a ONU.

ZAP // Lusa

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