O presidente executivo da Groundforce foi destituído do cargo, esta segunda-feira, em reunião do conselho de administração e vai ser substituído por Alfredo Casimiro.
De acordo com um comunicado emitido pela empresa, citado pelo jornal Público, Paulo Neto Leite foi destituído do cargo na sequência “um conjunto de situações que configuraram uma violação grave dos deveres de lealdade“.
“No seguimento dos acontecimentos das últimas semanas, e perante a total quebra de confiança do presidente do conselho de administração, Paulo Neto Leite deixa hoje [esta segunda-feira] de ocupar o cargo de CEO da Groundforce”, refere a nota, na qual se acrescenta que “a decisão foi tomada por deliberação unânime, em reunião do conselho de administração”.
Os acionistas “entenderam que a confiança no até aqui CEO foi ferida de morte e que este não tem condições para conduzir os negócios sociais da empresa ou para se envolver na procura de soluções sustentáveis para a Groundforce”.
Segundo o mesmo diário, Paulo Neto Leite vai ser substituído pelo acionista maioritário da empresa de handling, Alfredo Casimiro, que passará a assumir estas funções simultaneamente com o cargo de presidente do conselho de administração.
O comunicado não refere quais foram as situações em concreto que levaram a esta decisão, mas, segundo o semanário Expresso, Neto Leite, que é presidente executivo da Groundforce desde 2017, é um dos candidatos à compra da participação da Pasogal, de Casimiro, na Groundforce (50,1%) e até já terá formalizado essa intenção junto da TAP e do Estado. O empresário considerou este avanço “uma traição”.
Paulo Neto Leite “deixa de ocupar o cargo de presidente da comissão executiva da Groundforce”, mas mantém-se como administrador não executivo, cargo para o qual estava nomeado até dezembro deste ano.
O agora ex-CEO afirma, por sua vez, que cumpriu o seu papel e que tudo fez para defender a empresa e os trabalhadores.
“Cumpri o meu papel neste processo, sempre de acordo com o dever fiduciário e sempre, em todo o momento, guiado pelos meus princípios e pela minha consciência. Não sei estar de outra forma na vida”, salientou o gestor em nota aos trabalhadores, citada pelo semanário.
“Em todos os momentos estou preparado para suportar as consequências das minhas decisões (…). Sendo assim, cumprindo com o meu dever e com a minha palavra, a 19 de março tomei a decisão possível que permitiria o pagamento dos salários dos trabalhadores, protegendo assim a empresa e defendendo os seus stakeholders“, disse ainda.
“A partir desse momento continuei focado na única coisa que me preocupava nesse momento: garantir a continuidade da empresa, com a solução que permitia injetar liquidez através do aval do Estado a um empréstimo bancário.”
“É um momento de garantir que estamos preparados para o futuro e para garantir a sustentabilidade da nossa empresa. Será por isso que continuarei a lutar todos os dias, como tenho feito até ao momento, agora noutro papel”, continuou.
Além de Neto Leite, o Expresso avança que também estão na corrida a belga Aviaptarners e a escosesa Menzis. A situação será desatada pelo banco Montepio, que já avançou com o penhor sobre as ações da Pasogal.