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Buscas na Madeira fazem eco na oposição. Albuquerque fala em “motivações políticas”

Homem de Gouveia / Lusa

O Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque

Na quarta-feira, o Governo Regional da Madeira foi alvo de buscas por parte do Ministério Público. O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, é o principal alvo e fala em “motivações políticas”.

Um dia depois de a Polícia Judiciária ter realizado buscas a departamentos do Governo madeirense, relacionadas com a adjudicação da concessão de exploração da Zona Franca, Miguel Albuquerque falou em “motivações políticas“.

A investigação está relacionada com suspeitas da “prática de crimes de prevaricação, corrupção e participação económica em negócio”, cujo principal visado é o próprio Albuquerque.

“Eu não estou acusado de nada, nem estou condenado por nada. Eu sempre atuei dentro dos padrões éticos e vou continuar a fazê-lo”, disse o chefe do executivo madeirense, à margem de uma visita a um percurso pedestre, sublinhando que o Governo regional está a colaborar com a justiça.

Apesar de admitir a eventualidade de poder tomar “decisões erradas ou controversas”, Miguel Albuquerque frisou que isso não é a mesma coisa que tomar uma decisão ilícita.

Alberto João Jardim, antigo presidente do Governo Regional da Madeira, responsabilizou o PS e o Bloco de Esquerda pelo “ruído” à volta da Zona Franca, numa publicação no Facebook.

“Coincidência! Quando os socialistas, apoiados pelo fascismo comunista do ‘bloco’ dito de ‘esquerda’ (ex-UDP), tentam rebentar a Zona Franca – o que beneficia concorrentes estrangeiros – aparece agora este ‘ruído’… com base na covardia de carta anónima”, escreveu.

Citado pelo Público, Paulo Cafôfo, líder do PS-Madeira, mostra-se convicto de que a verdade será apurada. Paulino Ascenção, do Bloco, é mais crítico e diz ser inaceitável que quem governa use esse poder para “resolver a sua vidinha pessoal”.

Na origem da investigação está uma queixa apresentada por Gil Canha, antigo deputado independente na assembleia madeirense, sobre alegadas ligações entre a venda de uma unidade hoteleira da família de Albuquerque – a Quinta das Rosas – a um fundo imobiliário que seria controlado pelo Grupo Pestana.

O negócio foi concluído no mesmo ano em que o Governo decidiu prorrogar, por ajuste direto, a concessão da Zona Franca da Madeira a uma empresa do universo do mesmo Grupo Pestana.

O grupo hoteleiro já rejeitou a suposta ligação, garantindo, em comunicado, que “não é, nem nunca foi” acionista ou detentor de participação da sociedade gestora do fundo.

Liliana Malainho, ZAP //

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