A Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita alemão, foi colocado sob vigilância a 25 de fevereiro pelo serviço de segurança interna do país, revelou na quarta-feira o Süddeutsche Zeitung.
De acordo com o Expresso, que cita o jornal alemão, a decisão da Agência Federal para a Proteção da Constituição (BfV) permite seguir as atividades do partido – o maior da oposição ao Governo de Angela Merkel – e escutar comunicações entre os seus militantes. Na base da decisão estará um relatório de 1000 páginas.
Em fevereiro, um tribunal da Colónia considerou admissível o BfV investigar o alegado extremismo do partido, cujas suspeitas já pendiam sobre a organização juvenil e sobre as filiais em quatro dos 16 estados. Fora de vigilância ficam os deputados dos parlamentos regionais, nacional e europeu e candidatos às eleições, revelou a Der Spiegel.
As autoridades já tinham investigado a ala mais radical da AfD, Flügel, dissolvida em 2020.
Terceiro classificado nas legislativas em 2017 (12,6% dos votos e 94 dos 709 deputados), a AfD chefia a oposição aos dois maiores partidos (a democrata-cristã CDU e o social-democrata SPD), coligados no Executivo. O partido tem 8 a 11% nas sondagens sobre as eleições marcadas para setembro.
Merkel defende o “cordão sanitário” contra a direita radical da AfD, que tem um discurso contra imigrantes, sobretudo muçulmanos.
“O serviço de segurança está a agir de forma puramente política no tocante à AfD. Dado que há eleições estaduais e federais este ano, isso é particularmente notável”, escreveu no Twitter a dirigente partidária da AfD, Alice Weidel.
Já a BfV sublinhou: “Sabemos, através da história alemã, que o extremismo de direita não destruiu apenas vidas humanos. Destruiu a democracia”. “O extremismo de direita e o terrorismo de extrema-direita são hoje o maior perigo para a democracia na Alemanha”, frisou a entidade.