Publicada em 1888, ‘Os Maias’ é uma das obras mais conhecidas do escritor português Eça de Queiroz. O livro ocupa-se da história de uma família ao longo de três gerações, centrando-se depois na última, com a história de amor entre Carlos da Maia e Maria Eduarda.
A oradora explica ter lido a obra de Eça de Queiroz à luz dos estudos raciais e que, desta forma, ‘Os Maias’ associavam a dicotomia branco/negro à civilização ou selvajaria e revelariam uma desmedida preferência pela ‘brancura’.
De acordo com um texto de Carlos Maria Bobone, publicado no jornal Observador, a doutorada norte-americana defendia que a obra era exemplo de alguém “que perpetua sem consciência os estereótipos que legitimam e permitem a propagação do racismo”.
“É claro que a ideia a que o racismo inconsciente leva, de que só pode haver anti-racistas ou racistas, é perigosa; mas se além de perigosa for verdadeira, então a pergunta sobre se os Maias são racistas é inútil. ‘É Os Maias um romance escrito em Português?’ é, se assumirmos que há racismo inconsciente, uma pergunta com o mesmo nível de complexidade”, escreve o autor do texto.
A oradora explica que ao longo do livro, há uma associação, na linguagem do narrador, entre a cor preta ou a escuridão e ideias ou sentimentos negativos. Pedro da Maia tem “crises de melancolia negra” e os olhos de Maria Monforte parecem “negros de cólera”, por exemplo.
Há ainda uma “escada escura e feia” e quartos “alegres, forrados de papéis claros”. A palestrante identifica ainda várias passagens em que a brancura está associada à beleza feminina.
“O problema destas leituras contextualizadas, que assumem que se traz mais riqueza a um texto se ele for lido a partir de um ponto de vista, está no facto de ser sempre possível encontrar aquilo que queremos, embora seja difícil com isso darmos uma ideia da dimensão do assunto”, defende Carlos Maria Bobone, dando exemplos contrários aos sugeridos pela palestrante, como os belos cabelos negros da filha de Maria Eduarda e a palidez pouco saudável do Eusebiozinho.
“A lente aproximada para um problema não traz contexto, retira-o, e esse é o maior problema da leitura sobre o racismo de Os Maias”, acrescenta.
E continua a “cancel culture” e a tentatíva de apagar e reescrever a história. Tudo deve ser visto/lido em contexto, aprender com os possíveis erros e evoluír.
Se Shakespeare é “canceled”, o nosso Eça vai no mesmo caminho.
Estes “progressitas” são uns verdadeiros “regressistas”, quase “segregacionistas.” — Será que não têm nada mais válido para fazer? Por exemplo, preparar os jovens e dotá-los de capacidade critica — uma mera ideia.
Bem, se formos por aí, criticar a palestra também é cancel culture, e criticar quem critica a palestra também é cancel culture, e não saimos daqui.
Eu até acho a conversa dos Maias serem racistas (e sobretudo os argumentos apresentados) idiota, mas essa conversa da cancel culture por tudo e por nada também é um bocad idiota.
Bate na madeira… pode ser que o Eça também o faça. 😉
Cancel-cultura é um termo de extrema-direita e reflete aquela ideologia extremista. Há falta de argumentos esta gente reproduz como um papagaio estas loas com o objetivo de silenciar todos com os quais não concorda.
Errado. Caso não acompanhe, queira acompanhar o que se passou e passa nos EUA. Cancel culture é um “novo termo” (já tem alguns anos) e nada que ver com a direita, mas sim com a esquerda: “ou professa a ideologia que a esq. progressista pretende, ou é ‘cancelado'”.
Existem imensas pessoas a perder emprego (o que não é falado) por não estarem alinhada com XYZ professado por uma mentalidade de grupo.
Se “culpavam” a antiga administração, vejamos o que se passará agora.
Não concordo com a classificação da obra.
O tipo de livro que surge, depende do contexto em que é produzido, e também depende de quem o elabora.
Será que as culturas árabe e chinesa estão preocupadas com estas babuseiras ou continuam a ter honra nos seus antepassados?
Porque é que não anulamos toda a nossa cultura ocidental e ficamos orfãos para, como dizia Rousseau, passarmos a ser “os bons selvagens” sem passado mas politicamente correctos.
Tenho quase a tentação de perguntar o nome da sumidade que chegou a estra conclusão… só para tirar uma dúvida…
Segundo a tal oradora (americana? portuguesa?) serei racista se preferir lençóis brancos a escuros?! ou considerar que um dia de Inverno sem Sol, é mais triste que um dia soalheiro ? Já não há paciência para estes “intelectuais” há procura de notoriedade.
concordo.
Que absurdo
Mas o que é que não é racismo hoje em dia?
Tudo serve de desculpa para usar a palavra racismo!
Estão a transformar a humanidade num mundo tão cinzento!
Ai, se calhar dizer cinzento também é racismo!
Tambem nao tenho a menor paciencia com eles.Há tanta coisa a fazer…
Falar sobre o racismo passou a ser “in” logo adicionar o racismo a obras literárias, monumentos, individualidades etc… é um “must” e garantia de visibilidade a pessoas desconhecidas . A ignorância dessas pessoas leva a que nessa procura pelo racismo no passado cresça na sociedade uma revolta e mais ódio no presente.
A isto chama-se extremismo, contorcionismo, idiotismo!. É querer descobrir o que não existe, é querer questionar o inquestionável, é “desinterpretar” um texto! É cretino! O Eça deve ter dado não sei quantas voltas de indignação no túmulo. Estas pessoas nunca seriam objecto de nenhuma notícia, por isso, optam pelo “arrazoado” de asneiras como chamada de atenção! Faz-me lembrar a notícia sobre o deputado do PS que queria ver o padrão dos descobrimentos derrubado! Também nunca ninguém tinha ouvido falar dele! Valha-nos Deus!!
A coca-cola dar formação aos seus funcionários para “serem menos brancos” não é racista (EUA). A Google lançar ofertas de emprego para não-brancos não é racista (EUA). Acusar os ‘brancos’ de serem racistas, opressores e privilegiados, incitando ao ódio, não é racista (generalizado por todo o mundo). Obrigar os brancos a pagarem ‘reparações’ aos ‘negros’ descendentes de escravos não é racista (ideia popular nos EUA). Criar eventos públicos com uma tabela de preços com discriminação positiva de ‘negros’ não é racista (Reino Unido – campanha de Jeremy Corbin). Etc. Só os ‘brancos’ são racistas. Diversidade = menos ‘brancos’. Chegou-se ao ponto em que se alguém na praça pública afirma que os ‘brancos’ (ou pior, os ‘homens brancos’) são o cancro do mundo, recebe uma ovação apeada Chegámos ao cúmulo do politicamente correcto, que é o politicamente patético, e somos governados por gente desta. E quem aponta o dedo a esta palhaçada, é um fascista, racista, extrema-direitista e os outros ‘istas’ todos.
Bem dito.
A situação nos EUA já ultrapassou os limites do absurdo.
Verdade… e uma tristeza que já gera revolta
Deixe de se vitimizar. A branquitude ainda é hegemónica e supremacista. De que tem medo? De perder o poder simbólico que a branquitude lhe dá?
Se tivesse de fazer uma análise crítica deste disparate iria certamente ser bloqueado. por isso, fico-me por aqui. UM DISPARATE!!!
Já não posso dizer “Que dia escuro e triste!”, ou, “Que dia claro e alegre!” Bem, de qualquer forma, as idas à praia estão proibidas! Ou, “4 de agosto de 1578 (batalha de Alcácer-Quibir) foi o dia mais negro da História de Portugal!”
PS: Ficámos sem saber, ao menos, o nome da ilustre oradora.
Mas é claro que é racista, foi escrito em 1888. No Brasil a escravatura foi abolida em 1888. Existiram muitos escritores racistas, Monteiro Lobato era racista. Minha avó que nasceu em 1898 era racista.
O que a palestrante quer? Queimar livros em praça pública como fizeram os Nazistas?
No século 19 acredito que mais de 90% da população era racista. Eram outros tempos, outras formações,
mas que em nada invalida a obra.
Ela quer “lacrar”, isso sim.
O Eça deve estar preocupadíssimo com isto!
As observações dessa senhora são de uma burrice e falta de cultura extrema. Claro que são “racistas”, era 1888. Ninguém pensava nesses termos. Contudo é uma obra que não enaltece a escravatura. Frases? A senhora está com uma falta de cultura extrema e quer arranjar problemas onde eles não existem.
Entretanto temos pessoas de cor a solicitar extremínio da raça branca! É racismo? Eles acham que não!
Enfim.
Refere-se ao Mamadou Ba? Eu explico-lhe, Mamadou Ba citou Frantz Fanon que era um psiquiatra negro que foi buscar ao Freud a à teoria psicanalista a frase “matar o pai” (caso não tenha percebido é uma metáfora, o Freud não defendia que os filhos se pusessem aos tiros os pais), e Fanon adapatou a frase para “matar o homem branco colonial”, também metaforicamente. Agora nós não temos culpa que as pessoas da extrema-direita sejam incultas e avancem pelo sentido literal e repitam ad nauseum essa falsa interpretação. Na realidade dá-lhes jeito do ponto de vista político apontar as baterias ao Mamadou Ba porque são racistas.
Lamento, mas isso é esticar a verdade ao ponto de ficar deturpada.
MUITA gente que é acusada de racismo pode usar explicações desse género!
Eu conheço bem a “metáfora” de Freud, tanto que acredito que “matar o pai” de Freud não tem Nada a ver com “matar o homem branco colonial”
EU até podia aceitar que ele realmente estivesse a usar uma metáfora quanto ao pensamento antigo do branco colonial, mas conhecendo a cultura como conheço, não é isso que está a ser referido, nem no Senegal nem em Bissau.
O Grande problema é que os anti-racistas são sempre racistas com a “oposição” da sua raça. É um facto, é uma questão de sobrevivência.
Agora, que lhe saiu mal, saiu.
A única coisa que prova é que não sabe português porque frases como melancolia negra, negros de cólera, são adjectivos de negro ligados à noite e ao Diabo desde a idade Média (em inglês diz-se Dark Ages … será racismo) e frases como: escada escura e feia ou alegres, forrados de papéis claros tem a ver com um pais de sol e luz … algo que os anglo-saxões não conhecem e tanto admiro.
Na minha escala de Fact Check: Lixo e Parvoice Marxista!
Na realidade os Anos Negros (Dark Ages) eram sempre referidos a tempos difíceis e tem incidência na comparação da luz (branca, abundância, cultura) versus escuridão (negra, escassez, falta de cultura). Não teve e nunca terá conotação racista uma vez que era comparação ao referido.
O termo é antigo “saeculum obscurum”, penso que de 1300 e foi aplicado por um erudito italiano em comparação dos tempos Romanos (evolução, luz…) e os tempos que se seguiram (pouco se estava a descobrir, pouca evolução até à altura de seu comentário).
Por paradoxal que seja, parece que já existiam doutoramentos em analfabetismo. Cara doutora da mula ruça, por muito que se contorça como um invertebrado, o escuro, sombrio e negro irão sempre ser conotados negativamente quando se trata de descrever emoção, disposição, sentimento. Por oposição a claro, iluminado, branco, que são positivos. É mesmo para isso que essas palavras servem e a razão pela qual existem no vocabulário. Na nossa língua e em todas as outras. Nas línguas de todos os povos, sejam de que cor forem.
Primeiro penso que estamos todos a entrar no jogo, baralhar a cabeça das nossas crianças, destruir uma sociedade que tem concerteza erros mas em vez de mostrarmos valores apontamos erros. Sou franco ainda não consegui perceber o que é ser racista. O que entendo é que existem ser que são homens (HUMANOS). O racismo seja ele qual for é um doença que pode ser contagiosa, muito pior que o vírus. Ela é alimentada e faz porte de uma estratégia que pretende destruir a sociedade no seu global. A maioria das pessoas que fala em racismo não lhe interessa saber o que é só lhe importa destruir. O que chamar aos massacres no centro de África entre hutus e tutsis, racismo, não meus amigos foi uma tentativa de destruir aqueles que viviam em paz. Que ganhou com isso, principalmente os assassinos sentados nas cadeiras do comando, reparem não digo poder, esses eram usados porque os seus traumas assim decidiram. Os que se alegam anti-racistas, o que querem a quem servem? Por exemplo SOS racismo, a quem servem, o que pretendem, aonde querem chegar, o que é racismo. Quanto recebem dos cofres do estado? Será que essa gente era conhecida se não obdessessem a voz de comando? Perdoem-me são uns palhassos nas mãos de quem os comanda. São piores que alguns do chega, estes são radicais, alguns sofrem de traumas é só verem as suas atitudes. Mas interessa a quem comanda que vai levar o mundo à desorganização total, depois guerra e fome. Mas a todos os cantos do mundo. Quem cai pagar, mais uma vez os mais vulneráveis. Com os toquesidependentes em vez de se tratarem, legalizam-se as drogas, com as crianças e vez que se prepararem os pais e condições para formarem as crianças matam-se (aborto), aos idosos para não darem trabalho e ao mesmo tempo aprendermos com a sua sabedoria matam-se (Eutanásia). Tudo o que necessita de estudo, trabalho e não dá dinheiro em abundância com facilidade e rápido. Resolvesse assim. Não se ensinam aos nossos filhos e netos valores, já não é sexo é género, por favor perguntem a um pequeno comerciante o que é género? Isto mercadoria para vender. Para os que aí a pensam sugiro que não contraponham a esta gente nada que não seja pensado sem emoções mas com razões. Os que os comandam não querem que se pense porque que pensa transmite segurança.
Isto é fácil de resolver: Ignorem tudo o que for relacionado com ‘racismo’ e que tenha como origem os EUA ou os macaquinhos de imitação Ingleses.
O que se passa nos EUA tem um contexto muito próprio de uma cultura e sociedade que foi durante demasiado tempo profundamente racista e que, em vez de decidirem tratar finalmente(!), todos os seus cidadãos de forma igual, decidiram pela discriminação positiva dos negros oferecendo vantagens e benesses em troca dos muitos anos em que estes foram vitimas da exclusão mais abjeta.
Este tipo de comportamento vai sendo apoiado por lá por uma parte da sociedade Americana (negros e brancos) porque permite tirar dividendos mas irá, mais tarde ou mais cedo, fracassar de forma miserável e temo que violenta.
Se há uma parte da sociedade Americana que quer expiar os pecados dos seus antepassados através da descriminação positiva e uma outra parte ansiosamente à espera para capitalizar, existe também um número crescente de Americanos que se sentem excluídos, injustiçados e desconfortáveis (para ser simpático) com o constante ‘esfregar a cara’ em erros passados.
Vai correr mal. Ai vai, vai…
Primeiro, vejam quando podem deitar abaixo o Padrão.
Depois podemos continuar proibindo os Maias.
E há um sem número de outros livros que interessa por na lista…
Francamente, nunca me tinha lembrado ler os Maias á luz de uma teoria do racismo. Devia estar distraído…
Acho que precisamos de realizar uma nova revolução, desta vez com muitos mortos e um verdadeiro banho de sangue.
Mas tudo isso no bom sentido, claro…!
Felizmente a maioria acha isto uma patetice absurda, desmedida, anacrónica, etc, etc.
Já ganhei o dia!
É o tal intelectualismo patético, a mania da análise levada ao extremo ridículo! Enfim, hilariante, mas tristemente hilariante!
O que está na origem destas controvérsias é o facto de se chamar negra à pele que é castanha! Se assim não fosse já se podia referir “o dia negro” sem qualquer problema! Questiono-me muitas vezes por este facto: se o tom da pele é castanho porque razão a designação há-de ser “negro”?? Se até mudámos de “sexo” para “género”!! Quanto ao que diz o José Fonseca sobre a problemática do “género” estou totalmente de acordo ainda que eu chame aos seus “géneros” “mercearias”. Para mim, o género é mais gramatical: palavras masculinas/ palavras femininas. Os indivíduos nascem do sexo masculino ou do sexo feminino, independentemente da sua orientação sexual, que eu respeito.
Físico
Que babada que deve estar a criatura que em má hora se lembrou de fazer um ridículo auto de fé à obra prima de Eça de Queirós: “Os Maias”.
Só ao acabar de escever estas palavaras é que me dei conta que também eu tive o mau gosto de contribuir para os quinze minutos de fama da presunçosa criatura. Culpa da hora negra de um negro dia.