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Cordeiro e Cravinho juntam-se a Ana Gomes. Candidata diz que voto em Marcelo “não é digno do PS de Mário Soares”

rtppt / Flickr

Ana Gomes, candidata à Presidência da República

Esta quarta-feira, Duarte Cordeiro manifestou o seu apoio a Ana Gomes, que lembra ser a única candidata do seu partido. Da mesma forma, João Cravinho saudou a “nossa candidata à Presidência”.

“A Ana é do meu partido, teve um percurso ímpar, foi da direção nacional do PS, candidata a uma autarquia e eurodeputada durante 15 anos”, disse Duarte Cordeiro, líder da FAUL (Federação da Área Urbana de Lisboa) e secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, reafirmando “as razões” que o levaram a apoiar a candidatura presidencial de Ana Gomes.

Cordeiro foi um dos oradores da conversa online que a candidata promove diariamente sobre os seus compromissos a Belém, esta quarta-feira dedicada ao tema “Portugal, país inovador, de descentralização e regionalização”.

O presidente da FAUL do PS recordou ainda o seu “papel exemplar” como embaixadora, em particular na Indonésia, quando se assumiu como uma voz destacada pela independência de Timor-Leste. “É uma candidata progressista, que defende obviamente os valores humanistas, é uma candidata ambientalista e que combate todas as formas de desigualdades e é intransigente contra a xenofobia, racismo, conservadorismo”, salientou.

“Precisamos de pessoas com esta atitude, esta coragem, este inconformismo. Desejar-te muita sorte nesta tua, nossa candidatura, a Presidente da República”, afirmou.

Sobre o tema do debate, Duarte Cordeiro definiu-se como um “regionalista convicto” a partir de Lisboa, defendendo que também a capital “precisa do processo de regionalização”. “Parabéns à Ana por ter colocado este tema na agenda da campanha, é um elemento diferenciador em relação ao atual Presidente da República, desde logo”, afirmou.

Duarte Cordeiro considerou “muito importante” que continue a defesa da ideia da regionalização e que este processo não seja encarado como “algo negativo, pesado”.

A candidata Ana Gomes disse ter saído deste debate com a ideia reforçada de que o país “precisa da regionalização” e reiterou a acusação de que Marcelo Rebelo de Sousa foi “um dos grandes bloqueadores” deste processo.

“O país está cheio de vontade que aconteça e, se conseguirmos a mudança que estas presidenciais podem propiciar, a articulação com o Governo será fácil e dinâmica e rapidamente trará frutos neste processo que é tão desejado pelo país”, considerou.

No final, Ana Gomes disse sentir-se “ainda com mais força e mais animada” para a reta final de uma campanha que admitiu ser cheia de peripécias, mas ao mesmo tempo “encorajadora de que a mudança, é possível, é desejada e vai acontecer”.

Nesta conversa, outro dos oradores foi o antigo ministro João Cravinho, que em 2019 presidiu à Comissão Independente para a Descentralização, que defendeu a criação de regiões administrativas em Portugal.

Queria felicitar a nossa candidata a Presidente por ter introduzido em várias ocasiões importantes este tema. Fez muito bem em fazê-lo”, saúdo, considerando que o centralismo “não é só abafante, mas chega a ser perigoso”.

De acordo com o Expresso, Pedro Nuno Santos e Francisco Assis juntam-se na reta final da campanha às ações da candidata a Belém.

Voto em Marcelo. “Não é digno do PS de Mário Soares”

Depois do manifesto de apoio a Marcelo Rebelo de Sousa, assinado por altos dirigentes do PS, Ana Gomes disse aos jornalistas que não a surpreende. “Infelizmente, o partido não mantém a vivacidade critica”, referiu, lamentando o “seguidismo” dentro do PS, porque “os partidos não podem ser clubes de amigos ou de interesses privados”.

“Sinto-me muito bem acompanhada por muitos socialistas que reconhecem que votar no candidato de direita não é digno do partido de Mário Soares e de Salgado Zenha“, disse Ana Gomes, no final de uma visita à Escola de Medicina da Universidade do Minho, citada pelo Expresso.

Questionada sobre se Vieira da Silva ou Fernando Medina traíram os valores e princípios do partido, a candidata respondeu: “não faço esse tipo de comentários ou de julgamentos”.

Ana Gomes invoca os históricos para dizer que “não é digno apoiar o candidato de direita” e acrescenta: “Não acho que o centrão dos interesses sirva o país“.

ZAP // Lusa

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