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Cidade belga pede desculpa por executar “bruxas” há 400 anos

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A cidade belga de Lier está a pedir desculpas pelos crimes cometidos durante a caça às bruxas que vitimizou cerca de 60 mil pessoas em toda a Europa.

Na época da caça às bruxas, cerca de 60 mil pessoas foram mortas na Europa. As vítimas eram principalmente mulheres, mas alguns homens e crianças também sofreram.

Os perseguidores das alegadas bruxas tinham os seus próprios meios de decidir se o acusado era inocente ou não. Os testes locais incluíam “corte de capacete”, onde uma faixa de metal pontiaguda era apertada em torno da cabeça da vítima.

Cathelyne van den Blucke, uma mulher de 40 anos natural de Lier, na Bélgica, é exemplo da perseguição sofrida no século XVI. Van den Bluck foi acusada de bruxaria por duas mulheres, que se viram obrigadas a escolher entre denunciar alguém ou elas mesmas serem executadas.

De acordo com a VICE, depois de ser torturada, van den Blucke cedeu e admitiu ser uma bruxa e ter feito sexo com o diabo. Em 1590, a belga foi estrangulada e depois queimada na fogueira, assim como a sua mãe, igualmente acusada de bruxaria.

Ainda hoje, nesta cidade da região da Flandres, há uma pedra, chamada “a pedra da bruxa”, que marca o local onde van den Blucke e muitas outras mulheres foram executadas, escreve o site Visit Lier.

Agora, quatro séculos depois, a cidade de Lier pede desculpa pela morte de várias mulheres durante a caça às bruxas. O exemplo não é única e, ainda em dezembro, a igreja alemã veio a público pedir perdão pela perseguição levada a cabo há 400 anos.

“Embora já tenha passado muito tempo desde que alguém foi diretamente magoado por estes julgamentos, desculpas formais certamente são necessárias”, disse o vereador Rik Verwaest em declarações aos jornalistas locais, citado pelo De Standaard.

“Isto é um lembrete do perigo de ter um governo que é guiado por boatos e histeria, mas também que a coragem de uma pessoa pode fazer a diferença. Cathelyne [van den Blucke] recusou-se a mencionar outras ‘bruxas’ para se salvar, apesar de ter sido torturada”, acrescentou.

As autoridades locais planeiam fazer o seu pedido oficial de desculpas no dia 20 de janeiro, o aniversário da execução de van den Blucke.

Daniel Costa, ZAP //

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2 Comments

  1. Da cidade belga de Lier aparece uma noticia interessante sobre uma avalancha de mortes produzidas por decisões de tribunais criados na época das Caças as Bruxas, onde foram executadas dezenas de milhares de mulheres por toda Europa. É um fato inusitado, pois ocorreu a 400 anos atrás e não se pode levar a juízo fatos ocorridos a centenas de anos passados. Porém, podem os governantes dos países envolvidos ou as cidades onde aconteceram crueldades nos julgamentos formularem um pedido de desculpas as vítimas do terror judiciário. Certo! Vem tarde, mas já se mostra um caso de perdão e arrependimento para tão hediondo crime contra a humanidade. Senhores Juízes do Tribunal Internacional de Haia, Vossos Meritíssimos Juízes prevaricaram em nunca aventar a possibilidade de levar tona tamanha brutalidade e punir os malfeitores de crimes tão hediondos, mesmo que simbolicamente, a fim de mostrar ao mundo a tirania praticada pela Justiça com o conluio de governos. Há pouco tempo atrás tivemos a condenação do tirano sérvio. Slobodan Milosevic, por crimes de extermínio , praticados pelo mesmo na Guerra da Bósnia-Herzegovina. Foi um extermínio criminoso e brutal praticado sob as ordens de uma fera terrível. Mas, vamos voltar ao passado e encontramos outra gigantesca perseguição religiosa de proporções tão cruéis quanto ao das Caças as Bruxas, quatrocentos anos atrás – A Inquisição. foi criado um Tribunal da Inquisição pelo Papa Inocêncio IV, isto mesmo, m genocídio respaldado pelo Império Romano Cristão. Na Espanha e por toda Península Ibérica, Portugal e suas colônias foram abrangidos pela fúria dos inquisidores. A Itália teve casos de doer o coração, como dizem as vítimas do Terror de Roma. Lá se foram Giordano Bruno e Galileo Galilei como renegadores da fé cristã. O Carrasco Tomás de Torquemada se lambuzou de sangue inocente. Se olharmos a figura do retrato do Tomás de Torquemada veremos uma caricatura de uma fera sanguinária e cruel. Quem foram os maiores sofredores: os renegados da fé mortos nas fogueiras da SANTA Inquisição ou os judeus nos Campos de Concentração Nazistas ou os muçulmanos da Guerra da Bósnia? O Tribunal Internacional de Haia julga os crimes praticados contra a Humanidade , eu concordo, somente os do tempo presente e o que passou, passou e não volta mais, diz a marchinha carnavalesca.É o que pensa joaoluizgondimaguiar – [email protected]

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