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Marítimo 1 – 2 Benfica | Águia faz terapia no “divã” de Pizzi

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Após duas derrotas consecutivas para o campeonato (contra o Boavista e o Braga), o Benfica regressou às vitórias, na visita ao Marítimo, por 2-1. Um resultado que não disfarça as dificuldades e a intranquilidade que os comandados de Jorge Jesus continuam a demonstrar.

Os insulares marcaram primeiro, por Rodrigo Pinho, após mais um erro tremendo de Nicolás Otamendi, Pizzi empatou e empurrou a equipa para a reviravolta, com Everton “Cebolinha” a marcar o golo decisivo.

Nos instantes finais, os lisboetas recuaram e defenderam a vantagem.

O jogo explicado em números

  • Jorge Jesus procedeu a três mexidas no “onze” benfiquista em relação ao empate 2-2 em casa do Rangers, na Liga Europa. Odysseas Vlachodimos, Nicolás Otamendi e Pizzi recuperaram os seus lugares na equipa, para os lugares de Helton Leite, Jardel e Chiquinho.
  • O Benfica entrou afoito e a querer colocar em sentido a formação insular e, aos oito minutos, um remate de Luca Waldschmidt quase dava golo. E aos 11 minutos, Everton “Cebolinha” flectiu para o meio e rematou de fora da área, colocado, com a bola a raspar ainda na barra. Só que aos 14 minutos, o golo surgiu do outro lado.
  • Erro clamoroso de Otamendi, a falhar o passe para Vlachodimos, Rodrigo Pinho adivinhou o lance, interceptou e fez um chapéu ao guardião grego. Ao segundo remate, golo do Marítimo. E assim se chegou ao primeiro quarto-de-hora, com o Benfica a mandar no jogo (80% de posse), mas a sofrer devido a mais um erro defensivo e do central argentino.
  • O Benfica sentiu o toque e deixou de ser tão acutilante ofensivamente, começando a errar vários passes e a acumular maus controlos de bola, 11 à passagem da meia-hora. Nesta fase, os “encarnados” registavam 79% de posse, 85% de eficácia de passe (Marítimo apenas 48%), quatro remates, nenhum enquadrado e denotavam alguma insegurança nas acções. Até que surgiu Pizzi.
  • Aos 32 minutos, após um bom lance pela esquerda, Grimaldo entregou ao médio português que, na grande área, rematou para o empate, ao quinto disparo benfiquista, primeiro com boa direcção. Neste embate capitão da equipa, o internacional luso voltava a ser importante, como o foi em Glasgow e como ameaça continuar a ser, independentemente das “revoluções” operadas nos plantéis da “águia”.
  • Perto do intervalo, grande passe de Everton, Rafa recolheu na área e rodou, mas o seu remate, com selo de golo, acabou por desviar num defesa insular, naquele que foi talvez o melhor lance de futebol do primeiro tempo.
  • Intervalo Superioridade total do Benfica no jogo, nos remates, na qualidade de passe, nas acções na área contrária, nas ocasiões de golo e na posse de bola… e nos erros individuais. Otamendi voltou a mostrar que está longe dos melhores momentos e “borrou a pintura”, dando a Rodrigo Pinho a possibilidade de fazer o seu sexto golo no campeonato. Valeu aos “encarnados” Pizzi, que voltou a surgir no momento certo para empatar e deixar tudo em aberto para a segunda parte. Mas o melhor em campo nesta fase foi Rafa Silva, com um GoalPoint Rating de 6.4. O extremo é o jogador benfiquista em melhor forma e mostrou-o com três remates, cinco acções com bola na área contrária, mas também quatro dribles eficazes em seis tentativas.
  • O Benfica entrou ainda mais pressionante no segundo tempo, instalando-se por completo no meio-campo contrário. E o 2-1 não demorou. Aos 51 minutos, bom lance ofensivo, Haris Seferovic serviu Everton na grande área, este tirou um adversário da frente e rematou colocado de pé direito. Ao nono remate, as “águias” enquadravam o seu segundo disparo e marcavam o segundo golo.
  • O Marítimo tentou reagir e começou a surgir com mais frequência junto da baliza benfiquista, contudo, à passagem da hora de jogo, as “águias” continuavam a mandar no encontro, com uma posse de bola global de 74%, e 66% desde o intervalo, e com o único remate na etapa complementar, o tal que deu o 2-1.
  • As tentativas maritimistas de chegar ao empate continuavam a esbarrar numa das duras realidades da equipa de Lito Vidigal, a baixa qualidade do passe. Aos 75 minutos, a formação da casa não passava dos 58% de eficácia nas entregas, muito baixo para quem queria construir lances de perigo – em especial quando os passes verticais não passavam dos 37%.
  • O Benfica como que desapareceu do jogo nos últimos minutos, altura em que se preocupou mais em defender a vantagem do que em procurar o terceiro golo. E apesar de o Marítimo nunca ter mostrado ideias e fluidez de jogo ofensivo, a verdade é que os lisboetas terminaram a mostrar alguma insegurança, apesar de terem segurado a vitória.

O melhor em campo Goal Point

E voltou a ser Pizzi a levar a equipa para a frente.

O Benfica voltou a mostrar-se uma equipa intranquila, sofreu um golo em mais um erro individual, mas no momento de aperto (como já havia acontecido em Glasgow), o médio, que esta segunda-feira foi capitão das “águias”, pegou na batuta e iniciou a reviravolta.

O melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.5, fez um golo (o 1-1), quatro passes para finalização, (máximo do jogo), registou o número mais elevado de passes certos (78) e o máximo de acções com bola (126), e esteve em todos os momentos de jogo: a atacar com seis acções com bola na área contrária; a defender com dez recuperações de posse e quatro desarmes.

Jogadores em foco

  • Everton “Cebolinha” 7.1 – Belo jogo do extremo brasileiro, que demorou um pouco a entrar no jogo, mas conseguiu elevar o seu futebol a um bom nível. Para além de ter participado no lance do 1-1, fez ele próprio o 2-1, com um excelente movimento técnico, acertou na barra, registou o máximo de passes valiosos (6), bem como de acções na área contrária (7).
  • Gabriel 6.7 – Nem sempre a ligação com a dupla de centrais correu da melhor forma, nos momentos em que o brasileiro recuou para dar seguimento a momentos de construção. Mas no global, Gabriel fez um bom jogo, com destaque para as 114 acções com bola, quatro duelos aéreos defensivos ganhos em seis, os cinco bloqueios de passe/cruzamento e as cinco acções defensivas na grande área contrária.
  • Haris Seferovic 6.5 – O suíço esteve longe de mostrar um futebol de qualidade em termos técnicos e pareceu, por vezes, fora do jogo. Contudo, foi muito importante na forma como se movimento, na tentativa de arrastar os defesas contrários, e acabou por ser ele a fazer a assistência para o golo de Everton – num de dois passes para finalização.
  • Rafa Silva 6.4 – O jogador do Benfica em melhor forma. Desde o início foi o mais inconformado, nunca virando a cara à luta na reacção à perda de bola e mostrando uma disponibilidade física assinalável. O extremo foi mesmo o melhor na primeira parte, terminando com três remates (desenquadrados), sete acções com bola na área contrária, cinco dribles eficazes em nove tentativas (quatro deles no último terço), e ainda nove recuperações de posse, seis acções defensivas no meio-campo contrário e cinco bloqueios de passe/cruzamento.
  • Jean Irmer 6.2 – Excelente jogo de luta do médio brasileiro. Muito difícil de ultrapassar, somou seis desarmes ao longo da partida, máximo a par de Pelágio, e ainda vez quatro alívios.
  • Rodrigo Pinho 6.1 – Seis golos leva já o brasileiro nesta Liga portuguesa, ele que é o grande artilheiro dos insulares. Excelente a forma como adivinhou e aproveitou o erro de Otamendi e mais admirável ainda o espírito de sacrifício, ao atirar-se ao jogo mesmo com um “olho deitado abaixo” após choque com o central argentino do Benfica.

Resumo

GoalPoint

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