Mário Cruz / Lusa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa
O PCP continua disponível para negociar com o PS, mas não a troco de nada. Quanto ao quinto mandato consecutivo enquanto secretário-geral do partido, Jerónimo avisou, este domingo, que não está “a prazo”.
No discurso de encerramento do XXI Congresso do PCP, o recém-eleito secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa, deixou um aviso ao primeiro-ministro: o PCP continua disponível para negociar pontualmente com o PS, mas os socialistas terão de pagar caro. “Uma alternativa política não será possível sem o PCP”, disse, citado pelo Expresso.
Depois de ter admitido que o Orçamento do Estado para 2021 ficou “curto” na sua versão final, Jerónimo frisou que se houve “avanços” é porque o PCP os propôs, enquanto “alguns desistiam”. Recorde-se que o Bloco de Esquerda votou, pela primeira vez, contra um Orçamento deste Governo.
“Enquanto alguns desistiam, se há avanços, medidas consagradas dirigidas aos trabalhadores, aos reformados, às pequenas empresas, à cultura, ao Serviço Nacional de Saúde e aos seus profissionais, todas têm a marca, a contribuição, a proposta do PCP”, afirmou o líder comunista, numa indireta ao Bloco.
A mensagem foi muito parecida à transmitida no Avante!: o PCP conta, talvez mais do que nunca para a sobrevivência do Governo PS.
“A alternativa política não é possível só com o PCP, mas também não será possível sem o PCP”, declarou Jerónimo, classificando o partido como “necessário e indispensável” para construir soluções para os trabalhadores e o povo.
O secretário-geral comunista acrescentou ainda que o PCP não está a prazo nem em “período experimental”, uma resposta à especulação de que, mesmo tendo sido reconduzido, poderá não cumprir este mandato até ao fim.
“Neste momento, tenho força para dizer que, sim senhora, não estou a prazo”, garantiu. Aos 73 anos e líder do PCP há 16 – o secretário-geral com maior longevidade a seguir ao histórico Álvaro Cunhal -, o ainda deputado revelou-se “com energia, com força [para a luta]”. “Eu força terei, se não tiver é que não posso…“, brincou ainda.
Depois da polémica em que o Congresso do PCP esteve envolto, num fim de semana de recolhimento obrigatório, Jerónimo justificou e falou em “ensinamentos”. “Não existe nenhuma dificuldade intransponível para garantir a segurança sanitária e o exercício de direitos e liberdades.”
“Temos essa tese irrefutável que os direitos defendem-se exercendo-se“, frisou.
ZAP // Lusa
Continuar a negociar até desaparecer… a grande estratégia comunista é esta. E ve-se a cada eleição que passa. Um partido em auto-destruição mas com muita auto-impotância. Afinal eles são os salvadores dos trabalhadores mas não são executivo. Só contradições. Daqui a 10 anos são mais um pctp-mrpp…