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Jerónimo de Sousa reeleito secretário-geral do PCP

António Cotrim / Lusa

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa

Este sábado à noite, o novo Comité Central comunista escolheu Jerónimo de Sousa para continuar enquanto secretário-geral. João Ferreira, candidato presidencial do partido, entra para a Comissão Política do Comité Central.

Jerónimo de Sousa foi eleito secretário-geral do PCP pela quinta vez, com um voto contra, pelo comité central reunido no XXI congresso nacional do partido, em Loures.

Na reunião do comité central, no sábado à noite, Jerónimo de Sousa entendeu “não votar na sua própria candidatura”, tendo sido eleito “por maioria, com um voto contra“, de acordo com uma informação distribuida aos delegados e aos jornalistas, no congresso, em Loures, distrito de Lisboa.

Escolhido pela primeira vez em 2004, Jerónimo foi reeleito por quatro vezes para liderar os comunistas portugueses, sucedendo a Carlos Carvalhas, que esteve no cargo 12 anos, de 1992 a 2004.

Operário e deputado à Constituinte, em 1975, Jerónimo, de 73 anos, torna-se assim no segundo secretário-geral há mais tempo à frente do partido (16 anos), depois do líder histórico do PCP Álvaro Cunhal (31 anos).

Apesar de o comité central se ter reunido no sábado, para eleger o secretário-geral e os órgãos executivos – secretariado e comissão política – o anúncio oficial dos resultados só foi feito este domingo de manhã, na reabertura dos trabalhos.

No sábado, o novo comité central, com 129 membros, foi eleito numa sessão fechada do congresso, no pavilhão Paz e Amizade, em Loures, Lisboa, com 98,5% dos votos. Dos 611 delegados, 603 votaram a favor, três contra e seis abstiveram-se.

Este congresso, envolto em polémica, criticado pelos partidos da direita, realizou-se em plena pandemia de covid-19 e em estado de emergência. Até às vésperas do congresso, Jerónimo de Sousa admitiu continuar na liderança do PCP.

No discurso de abertura, na sexta-feira, Jerónimo avisou que o seu partido, tal como na legislatura passada em que participou num entendimento à esquerda com o PS, não foi “parte de uma alegada maioria” de suporte ao Governo, “mas sim força de oposição”.

João Ferreira sobe à Comissão Política

O candidato presidencial João Ferreira é um dos cinco novos nomes da Comissão Política do PCP, órgão que foi eleito por maioria com apenas uma abstenção, e do qual sai Carlos Gonçalves.

Para a Comissão Política do PCP, que passou de 21 para 24 elementos, além de João Ferreira, entram Belmiro Magalhães, Carina Castro, Paulo Raimundo e Ricardo Costa, saindo deste órgão executivo Carlos Gonçalves e Margarida Botelho.

Em relação anterior congresso de 2016, que se realizou em Almada, Margarida Botelho é o único novo nome entre os dez membros do Secretariado do Comité Central do PCP, do qual sai a histórica Luísa Araújo.

Acumulam a sua presença na Comissão Política e no Secretariado, além do secretário-geral Jerónimo de Sousa, Francisco Lopes, Jorge Cordeiro, José Capucho e, agora, na sequência deste congresso, Paulo Raimundo.

A Comissão Política e o Secretariado, órgãos executivos dos comunistas, foram eleitos pelos membros do novo Comité Central do PCP na sequência do XXI Congresso do partido, que termina este domingo em Loures, distrito de Lisboa.

Tal como o Secretariado, também a nova Comissão Central de Controlo do PCP, que aumentou de sete para nove membros, foi eleita por unanimidade, registando-se a entrada do antigo deputado Agostinho Lopes e de Carlos Gonçalves, este último que cessou funções na Comissão Política do partido.

Entram igualmente para a Comissão Central de Controlo do PCP Francisco Melo, Luís Fernandes e Luísa Araújo, registando-se as saídas de Alice Carregosa, Maria Manuela Bernardino e de Raimundo Cabral.

ZAP // Lusa

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