Quatro estudantes foram interrogados, e acusados, no âmbito da investigação sobre o assassínio do professor Samuel Paty, decapitado no passado dia 16 de outubro na região de Paris após ter mostrado caricaturas do profeta Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.
Fonte judicial francesa disse esta quinta-feira à France Presse que os quatro jovens se juntam aos dois estudantes já acusados de “cumplicidade no assassínio terrorista”.
Três estudantes são menores, com idades entre os 13 e os 14 anos, e são acusados de “cumplicidade” por terem referenciado a vítima ao assassino russo de origem chechena, Abdoullahkh Anzorov, de 18 anos, que foi abatido pela polícia.
A quarta menor, acusada de “denúncia caluniosa”, é a filha de Brahim Chnina, o indivíduo que iniciou a campanha de ódio contra o professor Samuel Paty através de mensagens na Internet.
Os quatro adolescentes foram detidos por ordem dos juízes antiterroristas franceses e posteriormente libertados sob vigilância após serem apresentados a um magistrado.
Até o momento, 14 pessoas estão acusadas neste caso, várias delas menores.
A decapitação de Samuel Paty, 47 anos, nos arredores de Paris, chocou a sociedade francesa tendo o presidente Emmanuel Macron atribuído a título póstumo a mais alta condecoração do Estado: a Legião de Honra. Emmanuel Macron disse que Samuel Paty “foi um herói”.
Samuel Paty foi assassinado depois de ter mostrado caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.
Encontra-se detido, alegadamente envolvido no crime, o pregador Abdelhakim Sefrioui, referenciado há vários anos pelos serviços secretos franceses.
O assassinato causou protestos em França e trouxe ecos do ataque islâmico em 2015 aos escritórios da revista satírica Charlie Hebdo. O presidente francês condenou o crime, defendeu a ação do professor e prometeu uma maior vigilância sobre grupos islamitas.
ZAP // Lusa