Dois investigadores da Syracuse University encontraram evidências de que uma antiga criatura parecida com uma lula, caraterizada por ter uma concha em forma de clip de papel, pode ter vivido durante centenas de anos.
Linda Ivany e Emily Artruc apresentaram a sua pesquisa durante uma reunião online da Geological Society of America, onde falaram sobre as suas descobertas.
Segundo a equipa, Diplomoceras maximum viveu há aproximadamente 68 milhões de anos nas águas em torno do que hoje é conhecido como a Antártica, mais ou menos na mesma época que o tiranossauro rex. Este período ficou conhecido como a idade maastrichtiana do período cretáceo superior.
A criatura era parecida com uma lula e a sua concha tinha mais de 1,5 mede altura, uma amonita que fazia parte de um grupo extinto de cefalópodes tentáculos. A equipa credita que foi extinta ao mesmo tempo que os dinossauros, presumivelmente pelo mesmo motivo: a colisão com o asteroide Chicxulub.
Tal como diz o Phys, o que realmente fez o Diplomoceras maximum se destacar foi a forma única da sua concha, pois a parte superior dobrada para frente e para trás é muito semelhante a um clip de papel. Durante a pesquisa, Ivany e Artruc descobriram algo notável sobre a criatura antiga – a sua vida útil.
A dupla de investigadores estava a estudar a concha de um espécie que já havia sido encontrada por outros cientistas. Como parte de seu trabalho, estudaram a sua composição química e, neste sentido, reuniram amostras ao longo da concha que eram recolhidas em intervalos de 50 cm.
Também realizaram testes de isótopos de oxigénio e carbono ao longo da casca para perceber melhor a sua idade em geral e por quanto tempo a criatura poderia estar viva. Neste processo, a equipa encontrou marcas isotópicas repetidas.
Os investigadores sugerem que as marcas vieram do metano libertado na água do fundo do mar a cada ano. O metano deixava uma marca que cobria a concha da criatura a cada ano, por isso ao somar o número de marcas na casca a equipa conseguiu calcular a sua idade, percebendo assim que a espécie viveu cerca de 200 anos.
Os especialistas sugerem que esta descoberta é interessante porque, embora alguns moluscos modernos vivam aproximadamente 200 anos, as lulas que hoje se conhecem, e que são o exemplo atual mais parecido com esta criatura, normalmente vivem apenas quatro ou cinco anos.