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Pandemia acelera adesão do Fumeiro de Montalegre ao online (seria uma “tragédia” se não se vendesse)

Montalegre vai lançar uma plataforma para venda online do fumeiro local. Uma medida que visa responder à crise de covid-19, mas também conquistar novos mercados e proporcionar negócios por um período mais longo do que os quatro dias da tradicional Feira do Fumeiro que se realiza na cidade transmontana.

A plataforma online Fumeiro de Montalegre está ainda a ser desenvolvida e vai entrar em pleno funcionamento em Janeiro, numa iniciativa que resulta da colaboração entre a Câmara de Montalegre e a Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã.

A pandemia surge, assim, como “uma oportunidade de criar um negócio que vai durar muito mais do que quatro dias”, salienta o vice-presidente da Câmara de Montalegre, David Teixeira, à agência Lusa referindo-se à Feira do Fumeiro que se realiza, todos os anos, em Janeiro.

Na última edição da Feira, foram comercializadas cerca de 50 toneladas de fumeiro, com um volume de negócios na ordem dos três milhões de euros.

Na próxima edição, ainda sem data marcada, prevê-se uma quebra nas vendas para as “25 a 30 toneladas”, como refere David Teixeira.

Por causa da pandemia, a próxima Feira do Fumeiro vai ser “radicalmente diferente, com menos produtores, menos expositores e sem a grande festa que se realiza sempre”, como destaca David Teixeira em declarações divulgadas pela autarquia.

Assim, surge a plataforma online como uma forma alternativa de “chegar aos consumidores”, já que será uma “tragédia económica para as famílias” se o fumeiro não se vender, como atesta David Teixeira.

“Temos que ter coragem para criar novas formas de divulgar, vender e distribuir o produto que já tem qualidade e que já fidelizou uma romaria a Montalegre em Janeiro”, salienta o autarca.

Os cerca de 58 produtores de fumeiro registados no município do distrito de Vila Real “agarraram bem este novo desafio e esta possibilidade de expandir o seu negócio”, destaca ainda David Teixeira, realçando que já “há muito tempo” se falava na possibilidade de criar novos canais de escoamento.

“Vamos dilatar no tempo este esforço e transformar isto num negócio efectivo e não de um apontamento que se faz em quatro dias”, refere ainda o vice-presidente da autarquia montalegrense.

“É normal que haja uma quebra, dadas as circunstâncias, no entanto, há clientes fiéis que vão utilizar os meios disponíveis para chegaram ao fumeiro de qualidade que tanto apreciam”, aponta o presidente da Associação de Produtores de Fumeiro, Boaventura Moura, em declarações divulgadas pela autarquia de Montalegre.

“Conquistar novos mercados”

O lançamento da plataforma visa ainda ajudar a “conquistar novos mercados”, destaca David Teixeira, explicando que os consumidores poderão fazer as encomendas e pagar aos produtores através do website.

O município vai assumir os custos do transporte para encomendas acima dos 100 euros, para, por exemplo, restaurantes, até ao distrito do Porto.

Haverá também a possibilidade de se fazerem encomendas para levantamento em casa dos produtores ou num local que ficará reservado para o efeito na Feira.

Ainda sem data marcada para não coincidir com o dia das eleições presidenciais, David Teixeira refere que a Feira do Fumeiro está a ser preparada em moldes muito diferentes.

“Queremos realizar a feira física, completamente distinta daquilo que tem sido até agora, sem comes e bebes e sem provas. Haverá simplesmente um centro comercial de produtores que vão vender o seu produto, sempre num sentido único, com muita limpeza”, salienta o autarca, reforçando que o produto fica “mais protegido”.

A animação prevista será feita pelas ruas da vila, perto dos restaurantes aderentes.

“Só precisamos que não haja confinamento entre municípios e que, nessa altura, a partir das 13 horas ainda se possa circular nas estradas, se não será impossível realizar o evento”, refere ainda David Teixeira.

ZAP // Lusa

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