O Presidente interino do Peru, Manuel Merino, renunciou este domingo ao cargo após uma semana de protestos e depois de os partidos políticos do país terem ameaçado avançar para um impeachment.
Na segunda-feira, o Parlamento do Peru destituiu o Presidente, Martín Vizcarra, por “incapacidade moral”, no seguimento da segunda moção de censura apresentada noutros tantos meses contra o líder deste país sul-americano.
A moção para destituir o chefe de Estado, popular pela sua intransigência contra a corrupção, teve como motivo alegados subornos recebidos, entre 2011 e 2014, quando era governador do departamento de Moquegua.
Manuel Merino assumiu um dia depois o comando do Governo até ao final do mandato de Vizcarra, a 28 de julho de 2021. Mas o novo chefe de Estado, um engenheiro agrícola de centro-direita, de 59 anos, enfrentou uma enorme contestação no país.
Milhares de manifestantes saíram novamente às ruas em várias cidades do país para exigir a demissão de Merino e rejeitar o que consideram ser um golpe de estado parlamentar. Os jovens empunhavam cartazes dizendo “Merino, tu não és o meu Presidente” ou “Merino impostor”.
A agência Reuters relata que a morte de duas pessoas durante os protestos aumentou a pressão para a saída do presidente interino do cargo que ocupava há menos de uma semana.
“Quero tornar público para todo país que apresento minha renúncia irrevogável”, declarou Merino numa mensagem transmitida pela televisão, que deu início a uma celebração imediata nas ruas de Lima.
Segundo o semanário Expresso, os 18 ministros empossados na quinta-feira por Merino continuariam no cargo. Quase todos renunciaram após a repressão policial dos manifestantes no sábado.
O Congresso deve agora nomear um novo presidente que consiga pacificar o país.
Esta crise política ocorre numa altura em que o país enfrenta instabilidade económica e social, para além de ter sido gravemente afetado pela pandemia de covid-19.