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Ratos-toupeira-nus foram apanhados a raptar bebés de outras colónias

Smithsonian's National Zoo / Flickr

Heterocephalus glaber, também conhecido por rato-toupeira-nu

Cientistas descobriram dois casos em que ratos-toupeira-nus foram raptados da sua colónia, tendo sido transformados em escravos.

De acordo com o site Science Alert, embora os ratos-toupeira-nus (Heterocephalus glaber) sejam pequenos, têm grandes colónias compostas por indivíduos altamente cooperativos. Estas podem ter até 300 trabalhadores, sendo as maiores colónias conhecidas entre mamíferos (dentro das quais a maioria dos indivíduos é estéril, tal como acontece com colónias de formigas ou de abelhas).

No início da década de 90, investigadores rastrearam ratos-toupeira-nus num estudo de campo de longo prazo no Quénia e descobriram que 26 colónias expandiram as suas tocas para colónias vizinhas. Indivíduos de 13 das colónias invadidas nunca mais foram vistos.

Um ano depois de verificar uma dessas colónias, a equipa encontrou duas crias numa colónia invasora que pareciam ser de uma colónia invadida. Agora, uma análise genética dos tecidos recolhidos confirmou as suas suspeitas.

“As crias sequestradas pela colónia tornaram-se trabalhadores não reprodutores, portanto, o seu esforço de vida seria classificado como escravidão, no mesmo sentido das formigas esclavagistas”, escreveram os cientistas num estudo publicado, a 28 de setembro, na revista científica Journal of Zoology.

Segundo o mesmo site, raptar crias de outras colónias provavelmente ajuda a aumentar a mão-de-obra necessária para encontrar os recursos escassos no seu ambiente árido e hostil e a construir as suas elaboradas casas subterrâneas que se podem estender por vários quilómetros de comprimento.

Se este fenómeno for mais comum do que se pensava, a equipa acredita que a agressão feroz entre as colónias pode estar a impulsionar a evolução de grupos de grande dimensão, e a escravidão permite a expansão das colónias para aumentar a sua vantagem competitiva em relação aos seus vizinhos.

No entanto, isto ainda é uma especulação porque, para já, só foram encontradas duas crias sequestradas. A equipa espera que novas tecnologias de rastreamento ajudem a determinar o quão vilões são estes animais.

ZAP //

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