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Braço de ferro entre Costistas e Nunistas novamente adiado

Tiago Petinga / Lusa

Pedro Nuno Santos, Antonio Costa, Augusto Santos Silva: o núcleo duro do Governo no Parlamento

O PS voltou a adiar, agora de 31 de Outubro para 7 de Novembro, a reunião da Comissão Nacional que decidirá a orientação do partido face às eleições presidenciais. Fica assim adiado o braço-de-ferro entre as posições de António Costa e de Pedro Nuno Santos.

As eleições presidenciais são tema quente nos bastidores do PS. Tudo porque Ana Gomes entrou no jogo, candidatando-se contra Marcelo Rebelo de Sousa.

António Costa já veio dar o seu apoio ao actual presidente e defende que o PS não tome posição nestas eleições, isto é, apoiando implicitamente Marcelo.

Uma posição onde o primeiro-ministro e secretário-geral do PS tem o apoio de figuras socialistas como Carlos César, Augusto Santos Silva e Fernando Medina.

Por outro lado, a ala mais à esquerda do PS, liderada pelo ministro Pedro Nuno Santos, quer que o PS apoie declaradamente Ana Gomes.

Mas este choque interno foi novamente adiado, mantendo-se a “batata quente” das presidenciais.

Este novo adiamento da reunião da Comissão Política é uma “consequência directa” da resolução do Conselho de Ministros de quinta-feira passada que proíbe a circulação entre concelhos no território nacional durante cinco dias, a partir das 00:00 de 30 de Outubro, até às 23:59 de 03 de Novembro.

A reunião esteve inicialmente prevista para a primeira quinzena deste mês, mas acabou por ser convocada formalmente para o passado dia 24.

No entanto, em 9 de Outubro, o PS adiou a reunião para o dia 31 deste mês, evitando assim que coincidisse com o dia de reflexão das eleições regionais dos Açores, que se realizam neste domingo.

Com este novo adiamento para 7 de Novembro, em termos de calendário político, os socialistas aproximam a sua decisão sobre as eleições presidenciais do período em que Marcelo Rebelo de Sousa deverá anunciar se irá ou não recandidatar-se ao cargo.

O Presidente da República manteve uma eventual recandidatura em aberto ao longo do seu mandato e remeteu “lá para Novembro” deste ano o anúncio da sua decisão.

Nesta sexta-feira, o chefe de Estado esteve com o primeiro-ministro no Parlamento, num almoço que assinalou o quinto aniversário da eleição de Ferro Rodrigues para o cargo de presidente da Assembleia da República.

E, no que respeita a eleições presidenciais, Ferro Rodrigues já fez saber que tenciona votar em Marcelo, caso este decida recandidatar-se ao cargo como é provável que aconteça.

A maioria dos membros do órgão máximo do PS entre congressos parece inclinar-se para aprovar o princípio da liberdade de voto como orientação, apesar de já estar no terreno a candidatura presidencial da ex-eurodeputada socialista Ana Gomes.

ZAP // Lusa

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