Mayflower foi o famoso navio que, em 1620, transportou os chamados Peregrinos, do porto de Southampton, Inglaterra, para o Novo Mundo. A Realidade Virtual ajudou a trazê-lo de volta à vida.
Os Peregrinos do Mayflower foram os primeiros colonos a estabelecerem-se nas terras do que seriam os futuros Estados Unidos da América. Lá, fundaram a cidade de Plymouth.
É quase impossível, 400 anos depois, imaginar a cena em setembro de 1620, quando grupos de puritanos ingleses deram uma última vista de olhos na sua terra natal enquanto desciam alguns degraus húmidos e escorregadios em Sutton Pool, Plymouth. Imaginar como se sentiram ao serem transportados para o Mayflower, atracado fora do porto.
Mas depois de quatro séculos, graças às tecnologias de Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR), pela primeira vez, podemos ver como pode ter sido essa mudança.
O projeto levou os investigadores de um naufrágio perto de Hastings para a réplica do Mayflower II nos Estados Unidos. As reuniões variaram de demonstrações na residência do embaixador dos EUA em Londres a testes de visualização em Plymouth Hoe e das câmaras do conselho em Droitwich Spa a Canary Wharf, em Londres. A história do Virtual Mayflower abrange seis anos de ambição, euforia, deceção e – em última análise – um nível respeitável de sucesso, admite Robert Stone, que participou no projeto.
Em colaboração com o Hastings Shipwreck Museum, os investigadores desenvolveram um modelo VR detalhado e explorável do navio e realizaram uma demonstração inédita usando técnicas de AR, visualizando o navio de cima através das câmaras de um drone.
O primeiro grande desenvolvimento no projeto foi um convite para visitar o Mayflower II em Plymouth, Massachusetts, e Plimoth Plantation, o local original da primeira casa dos peregrinos no Novo Mundo.
Lá, os investigadores usaram câmaras panorâmicas de 360 graus para capturar muitas áreas do navio e também lhes foi mostrado o impressionante repositório de roupas. Isto seria inestimável durante a reconstrução posterior dos peregrinos virtuais e da tripulação do navio.
Os dados recolhidos da visita, além de uma gama de recursos 3D disponíveis online, permitiram recriar uma cena de Realidade Virtual com o Mayflower e o Speedwell. De seguida, desenvolveram versões mais detalhadas do navio e do porto. Um dos maiores desafios que enfrentaram foi a melhor forma de representar os passageiros e a tripulação do Mayflower e os habitantes de Sutton Pool.
Para tal, abordaram o designer de videojogos, Mike Acosta, do Royal Leamington Spa College, para desenvolver os passageiros, a tripulação e os habitantes virtuais de Sutton Pool – com roupas de época apropriadas – para os cenários de VR.
Isto, bem como informações de livros e imagens de vários autores e ilustradores, permitiu desenvolver um modelo 3D detalhado da área de Sutton Pool, completo com iluminação, névoa e outros efeitos ambientais.
Os utilizadores agora podem usar óculos de Realidade Virtual e explorar o porto antes de descer ao local original do Mayflower. Lá, entrarão num pequeno barco que os levará a embarcar no navio que deveria ser o lar de 102 peregrinos durante 66 dias nas mais abomináveis das circunstâncias.
ZAP // The Conversation