“Convidaram pais a serem voluntários” para resolver a falta de funcionários nas escolas

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Paulo Novais / Lusa

A falta de funcionários nas escolas é um tema recorrente em todos os anos lectivos, mas em tempos de pandemia de covid-19 é uma situação “impensável”, lamentam encarregados de educação de uma agrupamento escolar de Santiago do Cacém, onde a direcção convidou os pais “a serem voluntários” para resolver o problema.

Este dado é divulgado à SIC Notícias pela presidente da Associação de Pais de Santiago do Cacém, Célia Soares, que lamenta que a falta de funcionários nas escolas seja um problema recorrente em todos os anos lectivos.

Mas “este ano é impensável que isto aconteça“, pois “é muito mais grave”, sublinha Célia Soares reportando-se para a necessidade de proceder à higienização dos espaços e de garantir o distanciamento social.

No caso da Escola Primária de Aldeia dos Chãos, em Santiago do Cacém, as aulas arrancaram contra a vontade dos pais que exigem a colocação de mais auxiliares.

“O Ministério diz que o agrupamento tem funcionários a mais. O agrupamento diz que não, devido ao desdobramento de horários. A única solução foi convidar os pais a serem voluntários nas escolas”, relata Célia Soares à SIC Notícias.

A falta de funcionários já levou ao encerramento de algumas escolas neste ano lectivo, designadamente em Lisboa e em Viseu, depois de alguns auxiliares terem sido diagnosticados com covid-19.

Entretanto, as aulas na escola pública das Laranjeiras, em Lisboa, que tinha tido as aulas suspensas por falta de funcionários já foram retomadas nesta terça-feira.

O vereador com o pelouro da Educação na Câmara de Lisboa, Manuel Grilo, disse que o município vai colocar três assistentes operacionais nesta escola pública, recorrendo à “bolsa de assistentes operacionais da própria” autarquia para resolver a situação.

Ministro promete mais 1500 funcionários antes de Dezembro

O ministro da Educação já garantiu, em entrevista à Rádio Observador, que vão chegar mais 1500 funcionários às escolas ainda durante o primeiro período, prometendo agilizar “concursos mais rápidos” para a contratação de assistentes operacionais.

Além disso, Tiago Brandão Rodrigues também garantiu que a nova fórmula que determina quantos funcionários cada escola deve ter – a portaria de rácios — será publicada nas próximas semanas.

No passado mês de Junho, o ministro tinha prometido, no Parlamento, um investimento público de 125 milhões de euros para o reforço dos recursos humanos nas escolas.

Entretanto, o PSD junta-se às críticas à falta de assistentes operacionais e questiona o ministro da Educação sobre qual será o mecanismo que vai permitir substituir, de forma urgente, os assistentes operacionais que venham a ficar doentes.

“Quantos assistentes operacionais estão à data de hoje ao abrigo dos mecanismos de proteção para os trabalhadores com doenças de risco”, questionam ainda deputados sociais-democratas numa pergunta endereçada ao ministro da Educação.

Em nome do Bloco de Esquerda, a deputada Joana Mortágua critica o facto de ainda se estarem a contratar assistentes operacionais nesta altura, já depois do arranque do ano lectivo.

“Não entendemos como não era possível antecipar que isto era necessário e fazer essa contratação no Verão, para que os funcionários já estivessem nas escolas agora”, aponta Joana Mortágua citada pelo Público.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. É sempre a mesma M—- ainda há dias vieram os desgovernantes informar que tudo estava em ordem p/ arrancar c/ abertura das escolas, que os diretores das escolas informaram que tudo está ok. Isto é Mentir á descarada. Todos nós sabemos que mesmo no normal sem Covid as escolas não tem auxiliares suficientes p/ o nr de alunos que fara agora c tempos desencontrados, higienização etc . Ainda tem a destinta Lata de dizer que escola(s) tem auxiliares a mais? Onde? Só se for na v/ cabeça. Convidar os pais p ajudar nas escolas? Pagam? Portugueses os contribuintes nas mãos desta gentalha passaram a ser pior do que escravos. Não abram a pestana não e vão ver o que lhes acontece…

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