Um corpo humano pode demorar cerca de uma década a decompor-se dentro de um caixão. Com o Living Cocoon, o tempo é reduzido para dois ou três anos.
Bob Hendrikx, biodesigner fundador da Loop, desenvolveu e testou um modelo de caixão, à base de micélio, o composto de fibras que forma a parte subterrânea dos fungos. O “caixão vivo” foi usado, pela primeira vez, num funeral na Holanda na semana passada.
Ao All That’s Interesting, Hendrikx explicou que a ideia partiu do conceito de querer voltar a unir as pessoas e a natureza como um só “novamente”. Além disso, frisou a importância de “enriquecer o solo em vez de o poluir”.
Com base nestas premissas nasceu o Living Cocoon. “Este caixão significa que realmente alimentamos a terra com os nossos corpos. Somos nutrientes, não resíduos”, afirmou.
O micélio neutraliza toxinas e fornece alimentos frescos a tudo o que cresce acima do solo. Além disso, as suas fibras podem ser usadas para qualquer outra funcionalidade, desde alimentos ao fabrico de roupas e embalagens.
Num caixão tradicional, o processo de decomposição de um corpo humano pode levar uma década ou mais, devido à madeira envernizada e aos metais normalmente utilizados. Por contraste, este “caixão vivo” é absorvido pelo solo no intervalo de um mês ou seis semanas.
A garantia é dada por Hendrikx, que explica que, assim, a decomposição total do corpo humana acontece em apenas dois ou três anos.
O designer está agora a trabalhar com cientistas de modo a avaliar o impacto dos corpos humanos na qualidade dos solos. O objetivo é “convencer os legisladores a converterem áreas poluídas em florestas saudáveis, recorrendo aos cadáveres humanos como nutrientes”.
A empresa já produziu 10 caixões, por um valor de 1.250 euros cada. No entanto, o preço deverá descer, à medida que a produção aumente.