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Ventura quer ser Sá Carneiro do século XXI e ter juventude partidária

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Filipe Farinha / Lusa

O presidente do Chega vai apresentar-se este fim de semana em Évora para a II Convenção Nacional do partido populista de direita como “o principal continuador em Portugal” de Sá Carneiro, o falecido líder fundador do PPD/PSD.

Segundo a moção de estratégia de André Ventura, os objetivos passam por subir ao pódio das forças políticas em 2023, apenas atrás de PS e PSD, e eleger deputados regionais nos Açores já em outubro.

No evento eborense, marcado para a Quinta Nova do Degebe – um local especializado em casamentos -, também está prevista a alteração de estatutos para criar um organismo de juventude, à semelhança de outros partidos (CDS-PP, PSD, PS, PCP) e aumentar os mandatos de três para quatro anos, além da eleição dos novos órgãos sociais.

“Quero mobilizar Portugal pela força e pela herança que recebi de homens como Sá Carneiro, de que sou hoje o principal continuador em Portugal. Quero continuar a conferir ao Chega a inspiração dos valores civilizacionais cristãos que homens como o papa João Paulo II nos ensinaram”, promete Ventura. O deputado único da força política da extrema-direita defende uma “profundíssima revisão constitucional nas áreas da justiça, da economia e do sistema político” e manter a “imagem de marca” de “luta e sacrifício ao lado das forças de segurança”.

“Combater a imigração ilegal descontrolada, em Portugal e no contexto da União Europeia, a progressiva islamização das grandes cidades, o marxismo cultural, a ideologia de género, a destruição da base de valores civilizacionais”, fazem parte do ideário do partido.

Nas eleições diretas de há 13 dias, o candidato único a presidente da direção nacional obteve 99,1% dos votos dos cerca de 10 mil militantes aptos a votar e prometeu “uma nova fase no Chega – um partido, um líder e um destino: o Governo de Portugal”.

Pelo meio, Ventura foi comentando os seus adversários à esquerda na corrida à Presidência da República com ataques pessoais como “cigana”, “marijuana” ou “camarada de plástico”, respetivamente a diplomata Ana Gomes (PS), a eurodeputada Marisa Matias (BE) e o eurodeputado e vereador em Lisboa João Ferreira (PCP).

A convenção do Chega vai contar com depoimentos vídeo da francesa Marine Le Pen (Frente Nacional) e do italiano Matteo Salvini (Liga Norte). Como membros da extrema-direita europeia (Identidade e Democracia) vão estar presentes o belga e presidente da ID, Gerolf Annemans (Interesse Flamengo) ou o francês Thierry Marinai, antigo ministro de Sarkozy e atual membro da Frente Nacional.

Segundo o Chega, a II Convenção Nacional vai ter cerca de 500 delegados de todo o país, 150 observadores e 50 convidados, incluindo membros de sindicatos e ordens profissionais.

A ocasião vai servir ainda para que o partido absorva o Partido Pró-Vida/Cidadania e Democracia-Cristã (PPV/CDC), o qual já tinha integrado as listas do Chega nas eleições europeias e legislativas, respetivamente em maio e outubro de 2019.

// Lusa

8 Comments

  1. Carneiro ele já é.. falta o Sá.. talvez vá buscar o treinador que ele tem jeito para a promiscuidade 😉 ahah
    Vais ter 3÷ nas eleições, é melhor não andares a cantar de galo ò Ventura! Os neo-nazis são unha e carne contigo mas isso não é suficiente para ganhares nada em Portugal!

  2. O sr. Ventura, como o chamou alguém neste fórum relacionando-o com um personagem de um conto de Miguel Torga, ou tem um défice cognitivo que faz dele um “tótó” ou, com tantas jantaradas que fez há uns meses atrás, a propósito já não sei bem de quê, ganhou o vício de Baco e começa a ter dificuldade em distinguir a realidade da ficção. Primeiro, um pirralho com três décadas e tal de existência é impossível que tenha conhecimento e experiência consolidados do mundo e da vida que o possam catapultar para um lugar cimeiro nos destinos de Portugal. Nem em uma empresa de construção civil ou de reciclagem de resíduos lhe davam esse lugar, quanto mais à frente de uma Nação, velhíssima de quase novecentos anos e com tantos pergaminhos, pelo menos até ao reinado de D. Manuel I, altura em que começou a decadência da Pátria Lusitana. Por tudo (e por nada) faz lembrar os deslumbrados com o Poder que acabam, invariavelmente, no caixote do lixo da história (não cito nomes pela razão que adiantou Ovídio). CHEGA de considerações, sr. Ventura. Só lhe dou um pobre conselho: ponha freio às suas pretensões a altos voos e lembre-se sempre que é a maioria silenciosa quem determina, em último termo, o destino do país e as mudanças constitucionais, tenha vossemecê 10 ou 100 mil apoiantes e 1 ou todos os grupos de extrema direita ou esquerda, do centro e dos arredores, nacionais e estrangeiros. Permita-me ainda um breve lembrete: por que razão não se dedica você a fazer qualquer coisa de útil pelo país em vez de andar a vender quimeras. Lembre-se do que disse Marx (e eu sou tão marxista como você, mas sei distinguir o que este chamado filósofo da ruptura disse de bom e útil), que qualquer mudança só acontecerá quando tiverem amadurecido as condições sociais para o efeito. Fique bem.

  3. Será que o Ventura e assim tão ignorante, ou está a contar com a ignorância da carneirada que o segue??
    O artista, ou não faz ideia de quem foi o Sá Carneiro, ou é mais um dos seus esquemas para indrominar o seu rebanho apalermado!…

  4. Obsessão consigo próprio, visão inflacionada dos seus próprios méritos e pouca empatia com as demais pessoas que são apenas peões a manipular de forma a atingir os seus próprios interesses. Faz lembrar alguém?

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