O governo quer comprar mais comboios para a CP do que aqueles que estão previstos no contrato de serviço público da empresa ferroviária. Em vez de 66 novas composições até 2030, pretende-se adquirir um total de 129 unidades para os serviços urbanos, regionais e de longo curso. Esta é uma das ideias que constam das Grandes Opções do Plano 2021-2023.
Segundo o DN, a proposta consta da versão preliminar das Grandes Opções do Plano 2021-2023, e estima-se que o investimento aplicado possa chegar aos 950 milhões de euros nos próximos anos.
Os concursos para os novos veículos serão lançados até ao final de 2023, mas é necessário esperar pelo menos três anos depois dessa data para feito o apuramento do vencedor para os novos comboios entrarem em circulação.
Com a chegada de 62 novas unidades, os serviços suburbanos vão ser os mais beneficiados “Substituir o material circulante nas linhas de Cascais e reforçar os serviços urbanos das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto” são os objetivos do plano, de acordo com uma fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, que tutela a transportadora ferroviária – revela o DN.
De acordo com o DN, no contrato de serviço público com a CP, estava prevista a aquisição de um total de 48 novos comboios para os serviços suburbanos, sendo que 30 unidades iam ser só para a Linha de Cascais, e iam custar 180 milhões de euros. Estavam previstas ainda 18 automotoras elétricas, por cem milhões de euros, para realizar a ligação entre a Gare do Oriente e Cascais.
Ainda assim, tal como noticia o DN, a realização dos comboios Oriente-Cascais depende da IP – Infraestruturas de Portugal e só poderá ser feita com o desnivelamento do troço ferroviário entre Alcântara-Terra e Alcântara-Mar e a construção de uma estação subterrânea de Alcântara-Terra. Avaliada em 200 milhões de euros, esta intervenção poderá ficar concluída em 2027, ao abrigo do programa de investimentos para 2030, que deverá ser apresentado ainda no final deste mês.
Segundo o DN, e com base nos valores inscritos no contrato de serviço público da empresa ferroviária, a CP poderá vir a investir mais de 360 milhões de euros só na aquisição de novos comboios urbanos.
Estão também previstos 55 novos comboios regionais totalmente elétricos. Atualmente, este serviço baseia-se trabalha com veículos que estão nas linhas há mais de 50 anos. A última modernização foi feita entre 2003 e 2005. A preços de mercado, a substituição das destas carruagens poderá custar pelo menos 380 milhões de euros aos cofres do estado – diz o DN.
Nas GOP confirma-se ainda a compra de 12 unidades de longo curso para reforçar a frota do Alfa Pendular. O investimento previsto de 210 milhões servirá, “no essencial, para permitir o reforço da oferta no eixo Porto-Lisboa“, explica o ministério tutelado por Pedro Nuno Santos.
Para já estes planos ainda aguardam uma aprovação que só será oficializada quando o governo entregar as GOP 2021-2023, ao mesmo tempo que deverá apresentar o Orçamento do Estado para o próximo ano.
Segundo o jornal, de fora ficou, o investimento de 30 milhões de euros em seis novos comboios para a Linha do Vouga, que só deverão entrar ao serviço em 2030.