O julgamento em Londres sobre a extradição do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, do Reino Unido para os Estados Unidos foi suspenso esta quinta-feira porque um dos advogados apresentou sintomas de covid-19.
A juíza Vanessa Baraitser ordenou que a audiência fosse adiada até segunda-feira, enquanto um advogado que representa o governo dos Estados Unidos é testado ao coronavírus.
Assange, de 49 anos, está a resistir ao pedido de extradição norte-americano para ser julgado nos Estados Unidos por acusações de espionagem, as quais acarretam uma pena máxima de 175 anos de prisão.
O australiano enfrenta 18 acusações de espionagem e uso indevido de computador devido à publicação de documentos militares secretos dos Estados Unidos pelo portal WikiLeaks há uma década.
Os advogados de Assange dizem que a acusação é um abuso de poder com motivação política que vai limitar a liberdade de imprensa e colocar em risco jornalistas em todo o mundo.
Assange, de 47 anos, está atualmente detido e enfrenta um processo de extradição para os EUA após ter sido condenado em maio a 50 semanas de prisão por um juiz britânico por ter desrespeitado em 2012 as condições da sua liberdade condicional, ao optar por se refugiar na embaixada do Equador.
O ativista foi preso em abril de 2019, depois de ter estado sete anos exilado na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou após ter violado as condições de fiança, enfrentando agora a possibilidade de extradição para os Estados Unidos.
O jornalista tinha-se refugiado nesta embaixada para evitar a sua extradição em direção à Suécia, que dois anos antes pediu que fosse entregue com o objetivo de esclarecer alegados delitos sexuais, em particular um caso de violação, que Assange sempre negou.
O informático receava que caso fosse entregue à justiça sueca, acabaria por ser extraditado para os Estados Unidos, onde considera que enfrentará um julgamento injusto pela difusão em 2010 de informações diplomáticas confidenciais.
A audiência começou na segunda-feira no tribunal criminal de Old Bailey, em Londres, e deve durar cerca de um mês.
ZAP // Lusa