Ronnie Long foi condenado injustamente por violação e roubo. 44 anos depois, foi libertado

Em 1976, com apenas 20 anos, Ronnie Long foi condenado a prisão perpétua por violação e roubo de uma mulher, crimes que assegura não ter cometido. 44 anos depois, o afro-americano foi libertado.

De acordo com o canal estatal russo RT, Ronnie Long, de 64 anos, foi libertado, na passada quinta-feira, depois de o estado norte-americano da Carolina do Norte ter apresentado uma ação no tribunal federal para anular a sentença de prisão perpétua à qual o afro-americano foi condenado em 1976.

Na altura, um júri composto exclusivamente por pessoas caucasianas considerou Long, então com 20 anos, culpado dos crimes de violação e de roubo de Sarah Judson Bost, de 54 anos, em sua casa, na cidade de Concord.

Duas semanas depois dos crimes, a vítima disse que reconheceu a voz de Long e, mais tarde, a mulher escolheu a sua fotografia, explicando que era o único suspeito que usava um casaco de couro semelhante à que o seu agressor usava.

O afro-americano sempre se declarou inocente. Tanto a mãe como a namorada, com quem tinha um filho de dois anos, disseram que Long estava a participar numa chamada de grupo com elas quando aconteceu o ataque. Também indicaram que o jovem se estava a preparar para ir a uma festa, em Charlotte, naquela noite.

O seu advogado, Jamie Lau, assegurou que os relatórios forenses que envolviam outro suspeito não foram entregues à defesa pelo Estado e que a polícia cometeu perjúrio durante o julgamento do seu cliente.

Um grupo de três juízes do Tribunal de Apelações do Quarto Circuito dos EUA decidiu que os direitos de Long foram violados quando as evidências que apontavam para a sua inocência não tiveram peso durante o julgamento, tendo detalhado que houve “um padrão preocupante e surpreendente de supressão deliberada de provas físicas por parte da polícia”.

A juíza Stephanie Thacker especificou que as provas não consideradas incluíam, por exemplo, resultados de análises laboratoriais que não ligavam Long à cena do crime, provas de ADN que desapareceram e 43 impressões digitais encontradas na cena do crime que não correspondiam ao do acusado.

“Nunca mais me vão prender novamente”, disse Long, depois de ter sido libertado. “Isto é real, vou tentar aproveitar cada minuto“, acrescentou, garantindo que está otimista quanto à retirada das acusações contra si porque “não há provas”.

ZAP //

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