Desde o acidente de Soure, há um mês, que nenhuma máquina de manutenção circula na rede ferroviária nacional. A IP – Infraestruturas de Portugal está à espera da retirada da proibição da circulação.
O descarrilamento do comboio Alfa Pendular, em Soure, a 31 de julho, provocou dois mortos, oito feridos graves e 36 feridos ligeiros. Um mês depois, ainda nenhuma máquina de manutenção circula na rede ferroviária nacional, escreve o Diário de Notícias.
A IP – Infraestruturas de Portugal está à espera da retirada da proibição da circulação de um total de 50 máquinas de via. O IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes entende que estes veículos de manutenção da ferrovia devem estar equipados com um sistema de proteção automática de velocidade.
No mesmo dia em que a proibição foi imposta, a 3 de agosto, a IP apresentou uma proposta de alteração ao regulamento de circulação de máquinas de via nas linhas com sistema de controlo de velocidade. A ideia é introduzir um mecanismo de redundância, em que, para além do sinal verde, os veículos apenas poderão entrar na linha de comboio e avançar para a estação seguinte após uma “nova autorização por parte do centro de comando operacional”.
Fonte oficial da IP disse ao DN que conta retomar a atividade das máquinas de via “em breve”. A gestora de infraestruturas “está a ultimar” o processo de compra do sistema de segurança para os seus veículos.
O Ministério Público está a investigar o descarrilamento do comboio Alfa Pendular, assim como a IP.
Em Soure, o veículo de conservação de catenária, no qual seguiam duas pessoas – as duas vítimas mortais –, passou um sinal vermelho e entrou na Linha do Norte, tendo sido abalroado pelo comboio Alfa Pendular. O sinal vermelho foi ultrapassado 15 vezes entre 2010 e 2017.
A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) considera que a administração da IP tem sido incapaz de criar as condições de segurança para evitar acidentes como este e, por isso, pediu a sua demissão imediata.